(25/7/2009) Angola não regista progresso no combate à pobreza. É o aspecto mais
“ desanimador” que o Secretário de Estado britânico para a África, Ásia e as Nações
Unidas constatou na sua recente visita ao país. "Os altos níveis de riqueza, gerados
pela indústria petrolífera, ainda não foram traduzidos em ganhos para os mais pobres",
lamentou durante a abertura do 10º Fórum Angola na Chatham House.
Malloch-Brown,
visitou Angola em meados de Junho e diz ter sido ficado "surpreendido com o fantástico
desenvolvimento".
No domínio económico, elogiou os grandes investimentos
em infra-estruturas e edifícios e o crescimento nos sectores fora do petróleo, mas
mostrou-se preocupado com a corrupção e a desigualdade social e económica.
Sobre
as recentes eleições legislativas, acredita que deram "nova energia e legitimidade"
ao partido no poder, o MPLA, "que estava cansado".
Todavia, alertou o
perigo de se juntar ao grupo de "demasiados países onde os rendimentos do petróleo
só beneficiam a elite".
"Os sucessos podem ser efémeros se não existirem
estratégias sólidas, claras e não corruptas", avisou, no seu último compromisso oficial
enquanto secretário de Estado.
O Fórum teve como oradores administradores
de empresas e bancos, dirigentes de organizações não-governamentais, diplomatas e
investigadores.
No final, a embaixadora britânica do Reino Unido em Angola,
Pat Phillips, descreveu a encruzilhada em que Luanda se encontra após as eleições
de 2008.
Na sua opinião, existem dois cenários possíveis, um idêntico
ao que aconteceu ao Zimbabué e outro à transformação observada no Brasil.
Se
seguir o primeiro, o partido no poder pode "agarrar-se" à riqueza e ao governo.
Em
alternativa, afirmou, "daqui a 10 anos pode ser uma economia enorme e um país com
grande influência".