INDÍGENAS COLOMBIANOS DENUNCIAM ABUSOS E VIOLÊNCIAS
Bogotá, 24 jul (RV) - Os indígenas colombianos, cerca de um milhão, vivem numa
situação crítica, por causa dos conflitos armados que neste ano provocaram 60 vítimas
entre os índios e 75 mil deslocados por causa das violências.
A Organização
Indígena da Colômbia (ONIC) chamou a atenção para a situação dos povos indígenas,
durante um encontro com o relator da ONU para os povos indígenas, o índio Apache James
Anaya, sucessor do mexicano Rodolfo Stavenhagen, que, em 2004, visitando a região,
denunciou as violações da Constituição colombiana em matéria de direitos dos povos
autóctones.
Cinco anos depois, o cenário não mudou. As recomendações de Stavenhagen
não foram ouvidas e se estima que, do ano 2000 até hoje, 1.200 índios, incluindo mulheres
e crianças, foram mortos nos confrontos entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias
da Colômbia), e o exército governamental, enquanto o índice de desnutrição entre as
crianças nativas chega a 75%. Das 80 etnias presentes no território, 34 correm o risco
de extinção e 18 sofrem por causa do completo abandono por parte do Estado.
Entre
os povos mais atingidos pelos conflitos estão os Awa que vivem no sul no Estado de
Nariño. Eles perderam pelo menos vinte membros nas mãos das FARC.
"Reféns do
conflito, obrigados pelo governo em várias ocasiões a não permanecerem neutros diante
dos grupos armados, tratados como terroristas em ocasiões de protestos, vítimas da
transferência forçada e das minas anti-pessoais, seus pajés assassinados, seus filhos
que morrem de fome" - assim o jornal "El Espectador" descreveu os índios colombianos.
(MJ)