2009-07-23 12:23:50

IGREJA EM UGANDA AJUDA POPULAÇÃO DESLOCADA PELO CONFLITO


Campala, 23 jul (RV) - "A situação no norte de Uganda está voltando à normalidade, mas é preciso vigiar a fim de evitar novas violências": foi o que disse o reitor do Seminário Maior de Alokolum, na Arquidiocese de Gulu, Pe. Cosmas Aluel, num encontro com a fundação Ajuda à Igreja que Sofre, referindo-se aos conflitos existentes nessa região do país.

Segundo ele, os deslocados que vivem perto do Seminário estão voltando às suas casas − cerca de 80% deles já regressaram a seus povoados − não obstante ainda não tenha sido assinado o acordo de paz entre o Governo de Uganda e a guerrilha do Exército de Resistência do Senhor (ERS). "A guerra civil iniciada em 1988 está terminada" − afirmou o sacerdote.

Por vários anos, os habitantes de Gulu fugiram dos ataques dos guerrilheiros contra os povoados isolados. O sacerdote ressaltou que até o ano passado não era possível viajar com segurança. "Hoje, isso já é possível. A paz finalmente chegou" – disse ele.

Os seminaristas que viveram e trabalharam junto com os deslocados durante a guerra civil, continuarão ajudando a população. Os futuros sacerdotes estão acompanhando o retorno dos deslocados a seus povoados de origem, ajudando-os a construir uma nova vida. Alguns seminaristas ensinam nas escolas onde muitos alunos, que cresceram nos campos de deslocados, não conheceram outra vida.

O sacerdote definiu como "decisão profética" o fato de não ter transferido Seminário de Alokolum, pois se isso houvesse acontecido, teria dado a impressão de que Igreja abandonara a população nos momentos mais difíceis. Foi "um sinal importante para o futuro, que mostrou que a Igreja está do lado das pessoas, tanto na alegria quanto no sofrimento" − frisou Pe. Aluel.

"Muitas pessoas ficaram traumatizadas ao ver certas violências como o estupro de suas mães, irmãs e esposas, o sequestro de crianças, e o assassinato de seus familiares. Para ajudá-las, alguns agentes pastorais estão recebendo uma formação especial na arquidiocese" − disse ainda o sacerdote.

Os seminaristas também não ficaram imunes à guerra: muitos nasceram nos campos de deslocados e alguns foram sequestrados pelos guerrilheiros. Apesar dos numerosos problemas, as vocações sacerdotais estão aumentando. No próximo ano o Seminário Maior de Alokolum hospedará 206 candidatos ao sacerdócio. "Muitos jovens que desejam seguir a vida sacerdotal − concluiu o sacerdote − escolhem conscientemente a Arquidiocese de Gulu, marcada pela guerra civil." (MJ)







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