Londres, 23 jul (RV) – O temor do contágio do vírus H1N1, responsável pela
gripe A que, até agora, fez 30 vítimas mortais no Reino Unido, está obrigando as igrejas
católicas e anglicanas, e as mesquitas a alterarem seus ritos.
Alguns pastores
anglicanos restabeleceram uma prática de 450 anos atrás, época em que a peste bubônica
açoitava as ilhas: embeber um pedaço de pão no vinho, ao invés de tomar diretamente
do cálice.
Segundo o jornal Financial Times, o gesto é autorizado pela
"Acta do Sacramento", de 1547, criada no momento em que a epidemia de peste começou
a se alastrar.
Na diocese católica de Southwark, em Londres, recomenda-se
aos paroquianos que se abracem e não se deem as mãos, como sinal de paz. Em várias
dioceses, o uso da água benta é desaconselhado. Muitos sacerdotes católicos estão
colocando a hóstia na mão do fiel, um hábito já bastante comum no Brasil.
Uma
associação que assiste os muçulmanos em temas relativos à saúde aconselha os peregrinos
idosos ou enfermos, mulheres grávidas e crianças pequenas a se absterem de viajar
a Meca.
Entretanto, os ministros da Saúde árabes estabeleceram uma série de
restrições para as tradicionais peregrinações a Meca, para evitar a propagação da
gripe A nos países da região.
As medidas, que não incluem a proibição de peregrinações,
foram adotadas em uma reunião ministerial realizada nesta quarta-feira, na sede oriental
da Organização Mundial da Saúde (OMS), no Cairo. Os responsáveis árabes decidiram
excluir das peregrinações os maiores de 65 anos e menores de 12, pessoas com patologias
como diabetes, hipertensão e outros males cardíacos, hepáticos ou renais.
Este
ano, a tradicional peregrinação maior, ou "hach", a Meca, na Arábia Saudita, se fará
em novembro, mas além dela, faz-se também a peregrinação menor, a "omra", que pode
ser feita em qualquer data.
A peregrinação maior reúne, anualmente, cerca
de três milhões de muçulmanos que cumprem, assim, um dos cinco preceitos do Islã,
junto com a profissão de fé, a oração, o jejum e a esmola.
O vírus H1N1 chegou
aos países árabes em maio passado, no Kuweit, e se estendeu por toda a região. O primeiro
caso na Arábia Saudita foi divulgado no último dia 7.
Domingo, dia 19, o Egito
registrou sua primeira vítima mortal: uma mulher que acusou os primeiros sintomas
enquanto fazia a "omra" a Meca. (CM)