CONFERÊNCIA AIDS: APELO DOS PARTICIPANTES EM PROL DE AJUDA AOS PAÍSES POBRES
Cidade do Cabo, 23 jul (RV) - Concluiu-se ontem, em Cidade do Cabo, na África
do Sul, a Conferência Mundial sobre a AIDS, promovida pela International Aids Society
(Ias), associação que está presente em 188 países do mundo e reúne mais de treze mil
profissionais.
Durante quatro dias, pesquisadores, médicos e políticos foram
unânimes em ressaltar que a crise econômica mundial poderá levar os governos e organizações
a reduzirem os fundos de ajuda na luta contra a AIDS, doença que continua atingindo
os países mais pobres do mundo, sobretudo, na África.
"No continente africano,
disse o Dr. Eric Goemaere, da seção sul-africana da organização humanitária internacional,
Médicos sem Fronteiras, um corte dos financiamentos colocará em risco a sustentabilidade
dos programas".
Os participantes sublinharam as dificuldades que a África
poderá enfrentar, continente onde segundo a ONU vivem dois terços dos 33 milhões de
pessoas infectadas em todo o mundo. Além da escassez de fundos colocados à disposição
pelos governos, entre os problemas graves evidenciados, está a falta de médicos. A
média é de "um médico para 3.000 pacientes", afirma o diretor do Departamento de Doenças
Infecciosas da Universidade de Milão, Massimo Galli.
O que mostra que a luta
contra a AIDS seja condicionada por profundos desequilíbrios internacionais é também
o tema escolhido pela conferência mundial que se realizará em 2011, em Roma, depois
do encontro que se realizará em Viena, no próximo ano.
"O objetivo é fazer
com que não existam mais curas diferentes para os países ricos e países pobres do
mundo, mas uma só terapia igual para todos" – concluiu o ex-presidente da International
Aids Society, Stefano Vella.
Sobre o vírus da AIDS, ouça entrevista de Cristiane
Murray ao coordenador da Casa Fonte Colombo, Frei José Bernardes. (MJ/CM)