Cidade do México, 22 jul (RV) - A Comissão para a pastoral da comunicação do
episcopado mexicano, com uma nota publicada segunda-feira, lançou um apelo para que
tenha fim a violência que atinge de modo cada vez mais crescente e preocupante o país.
Dirigindo-se “aos homens e mulheres que semeiam o mal”, os bispos mexicanos escrevem:
“Chega de mortes, assassinatos, ódios e medos!”. A nota sublinha a dor e a angustia
que provoca em todos os cidadãos “viver em um país ensanguentado onde aumenta a violência”
e por isso aumenta também “a falta de esperança”. São muitos os mexicanos vítimas
de ameaças, extorsões, seqüestros e homicídios, assegura a Comissão episcopal, que
pede a todos que “sejam superadas as diferenças políticas ou religiosas para opor-se
como um só corpo ao flagelo da violência”.
A violência – destacam os bispos
– desanima todos os cidadãos, obrigados a viver em “um clima de terror e de incerteza”.
Por sua vez, recorda-se que em alguns casos muitas pessoas tiveram que abandonar os
seus vilarejos e as suas comunidades atingidas por uma insegurança crescente. O documento
pede então a todos que unam as suas vozes à voz da Igreja e a de todo o povo do México
para pedir, em nome de Deus, o fim dessa situação.
Essas denúncias não são
coisas recentes. De fato, nos últimos anos, em diversos documentos, o episcopado mexicano
chamou a atenção sobre o aumento da delinqüência, da macro criminalidade, do narcotráfico
e do tráfico de seres humanos.
Nos últimas horas o governo federal decidiu
enviar mais soldados para auxiliar aqueles que já se encontram em algumas regiões
do país, como por exemplo a de Michoacán, para contrastar o grande poder de grupos
de narcotraficantes. Segundo a imprensa local, desde 2006 as vítimas do tráfico de
droga são pelo menos 11 mil.
No dia 10 de julho, Bento XVI, durante a apresentação
das Cartas credenciais do novo embaixador do México junto à Santa Sé destacara: “Muitos
sãos os passos que, a partir de diversas instâncias da vossa nação, estão sendo dados
para promover uma ordem social mais justa e solidárias e para superar as contrariedades
que continuam a sacudir o país. Neste sentido, vale a pena sublinhar a atenção e o
compromisso com as quais as Autoridades de vosso país estão enfrentando questões muito
graves como a violência, o narcotráfico, as desigualdades e a pobreza, que são terreno
fértil para a delinqüência. Sabe-se que para uma solução eficaz e duradoura desses
problemas não são suficientes medidas técnicas ou de segurança. É necessária uma visão
ampla e a eficiente união de esforços, além da promoção de uma renovação moral, da
educação das consciências e da construção de uma verdadeira cultura da vida”. (SP)