ENCONTRO DE IGREJAS EUROPÉIAS SE CONCLUI COM DECLARAÇÃO VIGOROSA
Lyon, 22 jul (RV) - “Como cristãos, ousamos esperar”. Esta é a mensagem proposta
pelos delegados de diversas Igrejas européias, que se reuniram de 15 a 21 de julho,
em Lyon, na XIII Assembléia Geral da Conferência das Igrejas européias, KEK.
Delegados
de 126 Igrejas, autores do texto, consideram que a esperança dá alegria, paz, coragem,
audácia e liberdade. Lliberta-nos do medo, abre nossos corações e reforça nosso testemunho
do Senhor ressuscitado. “Nós, cristãos, somos chamados à única esperança em Cristo,
fonte de amor, de perdão e de reconciliação”.
Na mensagem, as Igrejas manifestam
uma série de preocupações: “Enquanto nos comprometemos, apaixonadamente, por uma Europa
unida e reconciliada, que aguardamos impacientes, deploramos o fato de que se elevem
novos muros de separação entre nações, culturas e religiões. Vemos surgir novas divisões
– entre cidadãos permanentes e migrantes; entre ricos e pobres, entre trabalhadores
ativos e desempregados, entre quem tem seus direitos respeitados e quem os têm lesados”.
A mensagem se refere também às mudanças climáticas e à grave crise financeira,
e acrescenta: “Apesar de tudo, estamos firmemente convencidos de que, como cristãos,
temos uma esperança especial a compartilhar nestas situações, que parecem desesperadoras.
Afirmamos que existe uma esperança, e perseveramos em nossa luta em favor da verdade
e da justiça. Há esperança quando resistimos a toda forma de violência e racismo,
quando defendemos a dignidade de todas as pessoas. Há esperança quando insistimos
na solidariedade desinteressada entre indivíduos e povos, quando lutamos pelo respeito
sincero da criação”.
“O desafio lançado pela Assembleia Geral a todas as Igrejas
é a audaz mensagem da esperança: uma esperança que não se expressa através de declarações
vazias, mas através de atos concretos e da fé viva. Afirmamos que as Igrejas devem
trabalhar em favor da justiça e dizer a verdade aos poderosos. Isto significa abater
os muros entre pessoas, culturas e religiões, para aprender a entrever a imagem de
Deus no rosto do próximo. Significa respeitar, e não apenas tolerar, os outros seres
humanos. Acima de tudo, significa encontrar novos modos de expressar nossa solidariedade
com os pobres, estejam eles próximos ou distantes de nós. (CM)