"Como cristãos, ousamos esperar": mensagem da assembleia geral da Conferência das
Igrejas europeias
(22/7/2009) “Como cristãos, ousamos esperar”. Esta é a mensagem proposta pelos delegados
de diversas Igrejas europeias , que se reuniram de 15 a 21 de Julho, em Lyon, na
XIII Assembleia Geral da Conferência das Igrejas europeias.
Os delegados
de 126 Igrejas, consideram que a esperança dá alegria, paz, coragem, audácia e liberdade.
Liberta-nos do medo, abre nossos corações e reforça nosso testemunho do Senhor ressuscitado.
“Nós, cristãos, somos chamados à única esperança em Cristo, fonte de amor, de perdão
e de reconciliação”.
Na mensagem, as Igrejas cristãs da Europa manifestam
uma série de preocupações: “Enquanto nos comprometemos, apaixonadamente, por uma Europa
unida e reconciliada, que aguardamos impacientes, deploramos o facto de se elevarem
novos muros de separação entre nações, culturas e religiões. Vemos surgir novas divisões
– entre cidadãos e pessoas migrantes; entre ricos e pobres, entre trabalhadores activos
e desempregados, entre quem vê os seus direitos respeitados e quem os vê lesados”.
A mensagem refere –se também às mudanças climáticas e à grave crise
financeira, e acrescenta: “Apesar de tudo, estamos firmemente convencidos de que,
como cristãos, temos uma esperança especial a compartilhar nestas situações, que parecem
desesperadas. Afirmamos que existe uma esperança, e perseveramos na nossa luta a favor
da verdade e da justiça. Há esperança quando resistimos a toda forma de violência
e racismo, quando defendemos a dignidade de todas as pessoas. Há esperança quando
insistimos na solidariedade desinteressada entre indivíduos e povos, quando lutamos
pelo respeito sincero da criação”.
“O desafio lançado pela Assembleia
Geral da Conferência das Igrejas europeias a todas as Igrejas é a mensagem audaz da
esperança: uma esperança que não se expressa através de declarações vazias, mas através
de actos concretos e da fé viva. Afirmamos que as Igrejas devem trabalhar em favor
da justiça e dizer a verdade aos poderosos. Isto significa abater os muros entre pessoas,
culturas e religiões, para aprender a entrever a imagem de Deus no rosto do próximo.
Significa respeitar, e não apenas tolerar, os outros seres humanos. Acima de tudo,
significa encontrar novos modos de expressar a nossa solidariedade com os pobres,
estejam eles próximos ou distantes de nós.