Islamabad, 22 jul (RV) - O Departamento de Comunicação da Conferência Episcopal
do Paquistão recebeu uma carta anônima em que se diz: “Sabemos que vocês são cristãos,
convidamos vocês a deixarem esta região, a converterem-se ao Islã e a pagarem um milhão
e meio de rupias, ou serão vítimas de um atentado suicida”. As ameaças foram enviadas
também à Catedral do Sagrado Coração de Lahore e a associações e escolas católicas.
Para o jornal do Vaticano, L'Osservatore Romano, trata-se da campanha de intimidação
levada a cabo pelos talibãs contra as minorias religiosas no país.
Diversas
denominações cristãs se organizaram para sensibilizar a sociedade sobre o perigo do
extremismo religioso, e convocaram para o dia 16 de agosto um Dia Ecumênico de Justiça
Social. O problema da intolerância está sendo acompanhado e divulgado pela Associação
de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre, que trabalha junto a comunidades cristãs
minoritárias ou perseguidas.
Comunidades de todas as confissões estão pedindo
ao governo uma reforma estrutural em âmbito legislativo e político, para evitar que
as violações contra as minorias religiosas se alastrem, com o passar do tempo.
O
secretário-executivo da Comissão Justiça e Paz da Igreja paquistanesa, Padre Peter
Jacob, declarou à agência AsiaNews que a situação é delicada e o clima de tensão é
evidente, destacando, por outro lado, que existe o desejo de continuar seu trabalho
pelo bem do país e das pessoas.
Padre Peter Jacob confirma que sofreu ameaças
de sequestro com fins de extorsão, e reitera a importância das organizações comprometidas
com a assistência aos refugiados do vale de Swat e no distrito de Malakand, a quem
são fornecidos alimentos e bens de primeira necessidade.
Entretanto, o vice-secretário
da ONU, John Holmes, afirmou ontem que o Paquistão foi a nação onde a necessidade
de aumento de verbas de emergência este ano foi maior, pois a ajuda prevista era de
US$ 55 milhões e passou para US$ 542 milhões.