ONU DENUNCIA VIOLAÇÕES CONTRA MULHERES E REFUGIADOS NOS PAÍSES ÁRABES
Beirute, 21 jul (RV) - Os países árabes devem tomar medidas para lutar contra
os crescentes problemas relacionados com a insegurança humana, como a violência contra
as mulheres, a gestão de refugiados e o tráfico de seres humanos − indica um relatório
da ONU (Organização das Nações Unidas) divulgado nesta terça-feira em Beirute, Líbano.
A pobreza, as guerras civis, os conflitos sectários e étnicos e a repressão
também são alguns dos desafios que a região deve enfrentar, segundo o mesmo informe,
de 288 páginas.
"Na região árabe, a insegurança humana, que afeta a grande
parte das pessoas, dificulta o desenvolvimento humano" − assinala o texto, destacando
que as crianças, mulheres e os refugiados são os que mais sofrem com a falta de direitos
e liberdades na região.
O texto, redigido em sua maior parte por universitários
árabes, destaca ainda, os "crimes de honra" como a forma mais comum de violência contra
as mulheres, em muitos países da região, entre eles o Iraque e a Jordânia.
Os
refugiados e os deslocados também constituem um dos problemas do mundo árabe, que
afeta especialmente os palestinos, iraquianos e sudaneses.
"Estão à mercê
das condições nos campos de refugiados ou dos acontecimentos políticos e econômicos
nos países que os acolhem, que podem, geralmente, se voltar contra eles" − acrescenta
o texto, que denuncia a "famosa riqueza petroleira dos países árabes como um quadro
enganoso de sua situação econômica".
A ONU diz no relatório que os refugiados
nos países árabes somam cerca de 7,5 milhões, ou seja, cerca da metade dos 16 milhões
registrados em todo mundo. (AF)