Lima, 20 jul (RV) – A Igreja peruana está em festa, nestes dias, em que comemora
dois Jubileus importantes:
Com a presença do arcebispo de Lima, Card. Juan
Luis Cipriani Thorne, como legado pontifício, a arquidiocese peruana de Ayacucho,
ou Huamanga, comemora hoje 400 anos de fundação.
A diocese de Huamanga foi
criada em 1609 e seu primeiro bispo, Dom frei Agustín de Carvajal, tomou posse em
1613. Em 1632, o bispo, Dom Francisco Verdugo, iniciou a construção da Catedral, consagrada
em 1672.
As ordens religiosas presentes se incumbiram de vários campos de
evangelização no território: os franciscanos se dedicaram à catequese dos índios;
os dominicanos à instrução superior, os jesuítas, ao ensino secundário. Cada Ordem
construiu seus templos, que, somadas aos edifícios religiosos do clero secular, deram
à cidade um total de 33 igrejas, a ‘glória’ de Ayacucho, conhecida também como ‘a
pequena Roma dos Andes’.
Em 1825, a cidade de Huamanga assumiu o nome de Ayacucho.
A diocese foi elevada à arquidiocese em junho de 1966 pelo Papa Paulo VI; e o atual
arcebispo é Dom Luis Abilio Sebastiani Aguirre, que, por ocasião do Jubileu, promoveu
para o triênio 2006-2009 a chamada “Grande Missão” de evangelização.
Com mais
de meio milhão de habitantes, a Igreja de Ayacucho tem 50 sacerdotes, vinte religiosos
não-sacerdotes, 130 religiosas e 3 diáconos permanentes. A arquidiocese se situa em
uma das regiões mais pobres do Peru, onde convivem conflitos internos e profundas
feridas, herdadas de longos anos de violência política, que deixou milhares de mortos
e “desaparecidos”.
Esta situação de pobreza e violência social interpela a
ação pastoral da Igreja, comprometida em uma ampla obra de reconstrução do tecido
social e cristão e de promoção de valores como a vida, a paz, a justiça, a solidariedade
e o perdão.
Problemas graves como o desemprego, baixos índices de assistência
de saúde e educação e a difusa violência familiar são premissas para violações humanas
constantes e obstáculos para a realização de uma vida livre e digna.
Antes
da nomeação como arcebispo de Lima, o Cardeal Cipriani Thorne foi arcebispo de Ayacucho
entre 1988 e 1999. Na arquidiocese andina, ele promoveu uma série de ajudas aos mais
pobres, em especial das mulheres e crianças vítimas do terrorismo. A ele deve-se também
a reabertura do Seminário de Huamanga e a restituição ao culto de igrejas danificadas.
Logo ao sul de Ayacucho, outra Igreja local festeja seu Jubileu:
25 mil pessoas participaram ontem da missa de celebração do quarto centenário
da Arquidiocese de Arequipa, no estádio da Universidade Nacional de Santo Agostinho.
O arcebispo, Dom Javier Augusto Del Río Alba, presidiu a missa, diante das
imagens de Nossa Senhora de Chapi e do Cristo da Caridade, com a qual foram abertos
os festejos do Ano Jubilar. Durante a cerimônia, Dom Javier fez três anúncios: a próxima
reforma da Igreja de São Pedro, uma das mais antigas da cidade; a construção de um
Museu da Catedral, no qual expor objetos de arte religiosa e ilustrar a história da
arquidiocese, e a celebração de um congresso católico. (CM)