2009-07-16 11:51:22

APOLLO 11: A FICÇÃO CIENTÍFICA SE TORNA REALIDADE


Cidade do Vaticano, 16 jul (RV) - Quarenta anos atrás, em 16 de julho de 1969, os Estados Unidos começavam a conquista da Lua.

A Igreja não assistiu impassível àquele evento. Paulo VI acompanhou "passo a passo" os avanços da astronomia. Durante a Audiência Geral daquele mesmo dia, o pontífice ofereceu uma meditação que permanece atual ainda hoje:

"A audaz aventura de hoje nos obriga a olhar para o alto, além do campo terrestre, a recordar-nos da imensa e misteriosa realidade na qual a nossa mínima vida se realiza" – disse Paulo VI na ocasião.

Seus pronunciamentos a respeito foram inúmeros. Três dias antes de o Apollo 11 decolar, no Angelus de 13 de julho, o pontífice falou da relação ente ciência e técnica:

"Ciência e técnica se manifestam de modo tão incomparável, tão complexo, que nem mesmo a imaginação consegue sonhar. E o que mais surpreende é ver que não se trata de sonhos. A ficção científica se torna realidade."

A reflexão, afirmou, se curva sobre o homem: "Quem é este ser capaz de tanto? Tão pequeno, tão frágil, tão parecido com um animal, que não muda e não supera por si os confins dos próprios instintos naturais; e tão superior, tão dono das coisas, tão vitorioso sobre o tempo e sobre o espaço? Quem somos nós? O homem, esta criatura de Deus, ainda mais misterioso do que a lua, se revela no centro deste feito. E se revela gigante, divino, não em si, mas no seu princípio e no seu destino".

Uma semana depois, no Angelus do dia 20 de julho de 1969, Paulo VI advertiu para os riscos do desenvolvimento científico desenfreado.

"Aonde poderão chegar ainda o pensamento e a ação do homem? O perigo está na idolatria da técnica" – profetizou o pontífice. O instrumento multiplica a eficiência do homem, mas esta eficiência o beneficia? Faz dele um homem melhor? Mais homem? Ou o instrumento o aprisiona e o torna servo? – questionou. "Tudo depende do coração do homem."

Paulo VI acompanhou pela televisão o desembarque dos três astronautas americanos, Neil Armstrong, Edwin Aldrin e Michael Collins. Antes, porém, foi até o Observatório Astronômico do Vaticano para observar a lua. De Gastel Gandolfo, enviou um telegrama ao então presidente dos Estados Unidos, Richard Nixon, em que escreveu: "Glória a Deus! E honra a vocês, homens artífices do grande feito espacial! Honra a todos aqueles que tornaram possível este vôo audacioso!".

O papa saudou também os astronautas que participaram da empreitada: "Aqui, do Observatório em Castel Gandolfo, perto de Roma, o Papa Paulo VI si dirige a vocês, astronautas. Honra, felicitações e bênçãos a vocês, que conquistaram a Lua, pálida luz das nossas noites e dos nossos sonhos! Levem a ela, com sua presença, a voz do espírito, o hino a Deus, nosso Criador e nosso Pai. A vocês, a nossa solidariedade, nossos melhores votos e nossas orações. Com a toda a Igreja Católica, o Papa Paulo VI os saúda".

Sobre a Lua, os americanos deixaram um disco com as mensagens de 73 personalidades de todo o mundo. Em sua mensagem, Paulo VI escolheu alguns versículos do Salmo 8:

"Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra! Vossa majestade se estende, triunfante, por cima de todos os céus.
Da boca das crianças e dos pequeninos sai um louvor que confunde vossos adversários, e reduz ao silêncio vossos inimigos.
Quando contemplo o firmamento, obra de vossos dedos, a lua e as estrelas que lá fixastes:
Que é o homem, digo-me então, para pensardes nele? Que são os filhos de Adão, para que vos ocupeis com eles?
Entretanto, vós o fizestes quase igual aos anjos, de glória e honra o coroastes.
Destes-lhe poder sobre as obras de vossas mãos, vós lhe submetestes todo o universo.
Rebanhos e gados, e até os animais bravios,
pássaros do céu e peixes do mar, tudo o que se move nas águas do oceano.
Ó Senhor, nosso Deus, como é glorioso vosso nome em toda a terra!" (BF)
 







All the contents on this site are copyrighted ©.