SOLDADOS ISRAELENSES: EM GAZA, USAMOS PALESTINOS COMO ESCUDOS HUMANOS
Jerusalém, 15 jul (RV) – Testemunhos ouvidos pela ONG "Breaking the silence"
(Rompendo o silêncio) confirmam o que já fora denunciado pela ONU, pela Liga Árabe
e por organismos humanitários: os soldados israelenses utilizaram civis palestinos
como escudos humanos durante a operação "Chumbo derretido", em dezembro-janeiro passados.
Os
palestinos eram obrigados pelos soldados israelenses a entrar nos prédios onde se
suspeitava houvesse bombas ou túneis com pessoas armadas. Este é um dos tantos testemunhos
narrados por soldados e reservistas israelenses que participaram da operação militar
em Gaza, contidos num livreto publicado pela ONG "Breaking the silence".
São
54 testemunhos, todos rigorosamente anônimos, que evidenciam a facilidade com que
foram destruídas casas e mesquitas, ainda que não se tratasse de objetivos militares;
o uso de bombas de fósforo em áreas habitadas por civis, a morte de vítimas inocentes,
a destruição da propriedade privada, e regras indefinidas sobre o que fazer ou não
fazer aos palestinos, o que deu ensejo a um exagerado uso das armas de fogo, com intenção
de matar. Mikhael Mankin da "Breaking the silence" afirma que "os testemunhos
comprovam que o modo imoral como a guerra foi conduzida dependeu muito mais do sistema
do que dos indivíduos".
Já durante a ofensiva israelense desfechada com o objetivo
de deter o lançamento de mísseis por parte do Hamas, contra cidades do sul de Israel,
havia acusações de que a resposta israelense fora excessiva, sobretudo, em razão do
elevado número de civis palestinos mortos.
Segundo o Centro Palestino de Direitos
Humanos, o número total de mortos supera a casa dos 1.400, entre os quais 900 civis,
300 destes, crianças. (AF)