Em Portugal, a Igreja pede maior consciência social aos fiéis
(15/7/2009) A Encíclica «Caritas in Veritate» e as conclusões das Jornadas Pastorais
do Episcopado foram os pontos centrais de reflexão no Conselho da Pastoral Social,
reunido esta Terça-feira, na sede da Conferência Episcopal Portuguesa. Em declarações
à Agência ECCLESIA, D. Carlos Azevedo, presidente da Comissão Episcopal da Pastoral
Social, realçou que é fundamental "passar a mensagem da nova encíclica de Bento XVI
para os cristãos". Para o bispo auxiliar de Lisboa, a grande maioria dos cristãos
"não tem consciência política segundo a dimensão da Doutrina Social da Igreja". Ao
nível dos apelos é essencial dar "conteúdos para a conversão dos cristãos". E acrescenta:
"os documentos deste Papa fazem uma ligação entre salvação da pessoa e construção
do bem comum". Após a publicação deste documento, D. Carlos Azevedo sublinha que
"queremos provocar encontros de reflexão nos vários níveis". Este conselho integra
várias instituições e movimentos e, no mês de Setembro, realizar-se-á uma reunião
com estes parceiros com o intuito de "levar a encíclica às pessoas concretas". "Evangelizar
no pleno sentido da palavra". Ao olhar para as celebrações que se realizam nas
várias comunidades católicas, o presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social
pretende que estas "sejam incisivas sobre a realidade social e política". Apesar das
eleições estarem à porta, D. Carlos Azevedo apela "à consciência das pessoas e o Papa
di-lo, claramente, que a dimensão social não se pode reduzir apenas ao sócio-caritativo".
"É redutora a perspectiva que reduza a dimensão da Doutrina Social da Igreja às actividades
sócio-caritativas". Romper com a mentalidade que divide o espiritual do social
é um dos apelos do prelado. "Não se pode ler de forma simplista o que acontece no
mundo contemporâneo. Não se pode ficar na epiderme, mas ir à profundidade das causas."