BISPOS CONGOLESES NA LUTA EM FAVOR DA SUBSIDIARIEDADE E SOLIDARIEDADE
Kinshasa, 15 jul (RV) - A Conferência Episcopal do Congo e o Ministério da
Planificação e Desenvolvimento assinaram, ontem, um acordo em prol da campanha nacional
de conscientização, informação e formação dos cidadãos envolvidos no processo de descentralização
do poder na República Democrática do Congo.
A Igreja Católica foi representada
pelo bispo de Tshumbe, Dom Nicolas Djomo Lola, presidente da Conferência Episcopal
do Congo, e o Governo pelo ministro da Planificação e Desenvolvimento, Antipas Mbusa
Nyamwisi.
O prelado ressaltou que o acordo nada mais é do que a continuação
da campanha de educação cívica e eleitoral iniciada pela Igreja Católica, em 2004.
Após as eleições presidenciais de 2006, a Conferência Episcopal congolesa continua
trabalhando na educação cívica, incentivando a participação dos cidadãos no Governo
local e na luta contra a corrupção.
Por meio de organismos apolíticos, as populações
se organizam a fim de participar do desenvolvimento da nação, exercendo seus direitos
e deveres. A "Comissão Episcopal Justiça e Paz" produziu panfletos educacionais e
os espalhou pelas 47 dioceses do país. Além disso, formou pessoas que são encarregadas
de educar a população sobre o tema da descentralização política, administrativa e
econômica. O processo de descentralização entra no plano da Doutrina Social da Igreja,
centralizado nos princípios de subsidiariedade e solidariedade.
Num documento
publicado em julho do ano passado, a Conferência Episcopal congolesa afirmou que a
descentralização poderá ajudar no desenvolvimento local e obrigará as autoridades
a serem mais responsáveis pela administração dos bens públicos. "A democracia deve
se tornar uma coisa real" - frisaram os bispos.
O programa de descentralização
terá a duração de 10 anos (2009-2019) e visa melhorar as condições políticas, jurídicas
e econômicas das províncias e outras entidades territoriais descentralizadas. O plano
visa responder de maneira eficaz as expectativas do povo congolês, sobretudo, no que
concerne à saúde, educação, água e eletricidade. (MJ)