Buenos Aires, 13 jul (RV) - A Igreja Católica na Argentina aprovou o chamado
ao diálogo da Presidente Cristina Fernández, e considerou que a inclusão social não
pode ficar fora da agenda, ao afirmar que a pobreza alcança 40% da população, segundo
dados da Igreja.
A convocatória da presidente "nos surpreendeu muito positivamente",
afirmou o presidente da Comissão de Pastoral Social, Dom Jorge Pedro Casaretto Alcides,
bispo de San Isidro, em entrevista ao jornal "El Clarín".
"Há muito tempo,
a Igreja vinha pedindo um diálogo, para chegar a consensos que se traduzam em políticas
públicas. Isso exige um clima espiritual, porque não se trata de falar, mas de predisposição
para valorizar e reconhecer o que o outro diz" – disse Dom Casaretto Alcides.
Para
o prelado, o ambiente para se chegar a acordos é muito mais propício agora, que durante
a crise no final de 2001, pois considera que os políticos não estão hoje tão desprestigiados
como naquela época.
Nesse sentido, afirmou que a inclusão social deve ser um
assunto prioritário no diálogo dos partidos políticos, no momento em que a pobreza
afeta 40% da população argentina. "Esses foram os últimos dados que coletamos. Depois
da diminuição do índice de pobreza, no final da crise, o fenômeno voltou a crescer
a partir da segunda metade de 2007, situação que denunciamos na época e que provocou
mal-estar."
Por fim, Dom Casaretto Alcides pediu que a oposição aborde temas
prioritários para a Argentina, ao invés de falar de candidaturas presidenciais para
2011: "Falta muito para isso. Seria estéril que a oposição se concentrasse nesse tema,
ao invés de colaborar para resolver os temas mais urgentes do país."
O Presidente
Cristina Fernández convocou um diálogo com todos os setores argentinos, para discutir
uma ampla reforma política e institucional. "É necessário convocar e ouvir todos –
disse ela – porque os partidos são o fundamento da democracia." (BF)