Santiago, 12 jul (RV) – Em 2010, o Chile comemorará 200 anos de independência,
e para celebrar o aniversário, a Conferência Episcopal preparou um projeto de indulto
para detentos, a ser apresentado ao Executivo e ao Congresso.
A iniciativa
prevê a libertação de presos com mais de 70 anos, doentes terminais, mães de crianças
pequenas e daqueles que praticaram os chamados "crimes menores".
A versão
digital do jornal "La Tercera" informa que a proposta da Igreja Católica começou a
ser pensada em fins de 2008, quando a pastoral carcerária iniciou um estudo para definir
os delitos passivos de indulto e os eventuais beneficiários da medida.
“A
idéia é entregar um projeto sólido, que possa ser rapidamente aprovado” – assegurou
o capelão da região metropolitana, Pe. Marcelo Mancilla.
Questionado a respeito,
o Governo, por meio da porta-voz, Carolina Tohá, mostrou disposição em estudar e analisar
a proposta da Conferência Episcopal. “O Governo recebeu a proposta da Igreja Católica
através de Dom Alejandro Goíc Karmelic, bispo de Rancagua e presidente do episcopado
chileno, e agora vai analisá-la” – disse.
A porta-voz sugeriu que se abra
um debate nacional sobre o tema, já que uma eventual lei a respeito deveria ser aprovada
pelo Congresso. “Acreditamos que seja importante que outros atores se pronunciem”
– completou. Ela é filha de um ex-ministro do governo de Salvador Allende (1970-1973),
derrubado pelo golpe de Estado de Pinochet.
Já Mireya García, dirigente de
uma organização chilena de familiares de presos e desaparecidos, afirmou que o indulto
para réus com problemas de saúde, ou idosos, não deve ser aplicado aos torturadores
do regime de Augusto Pinochet (1973-1990).
Segundo Mireya García, “o governo
deve ser extremamente cuidadoso e responsável ao preparar um indulto com tais características,
pois os repressores, os torturadores e assassinos não devem ser libertados, independente
de sua idade”. (CM)