Santa Sé teme efeitos da Gripe A nos paises mais pobres e alerta que a pandemia pode
levar ao colapso de sistemas públicos de saúde mais frágeis
(10/7/2009) O representante da Santa Sé junto do Conselho Económico e Social (ECOSOC)
das Nações Unidas, em Genebra, manifestou esta Quinta-feira sérias preocupações em
relação aos efeitos da pandemia de Gripe A nos países mais pobres, agravada pela actual
situação de crise económica. O Arcebispo Silvano M. Tomasi defendeu que os efeitos
da crise têm sido mais graves nos "grupos mais vulneráveis" e que têm sido exacerbados
pela Gripe A H1N1. Para a Santa Sé, é evidente "a ligação entre pobreza e saúde",
o que aumenta os receios, em especial face à perspectiva de um aumento do número de
pessoas na pobreza extrema, estimado entre 53 a 65 milhões de homens e mulheres. D.
Tomasi referiu ainda que cerca de 800 milhões de pessoas desnutridas vivem em áreas
rurais onde "o serviço público de saúde é mais fraco". "Podemos concluir que um
número significativo das pessoas com fome e extremamente pobres estarão em maior risco
de contrair doenças contagiosas e crónicas", apontou. Esta situação pode ser agravada,
por eventuais cortes na ajuda internacional ou pelo aumento dos doentes em sistemas
públicos de saúde "que já são frágeis". Os países em vias de desenvolvimento, disse
o representante da Santa Sé, "não serão capazes de responder às necessidades dos seus
cidadãos mais vulneráveis". A Igreja Católica patrocina, em todo o mundo, 5378
hospitais e mais de 18 mil clínicas, para além de 15 mil lares para idosos e pessoas
com deficiência, particularmente em África.