2009-07-10 19:54:45

ONU DENUNCIA VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES AFEGÃS


Cabul, 10 jul (RV) - As violências perpetradas contra as mulheres e o estupro são fenômenos de grandes proporções no Afeganistão, segundo um novo relatório apresentado pelas Nações Unidas.

"O relatório apresenta de forma detalhada e profunda a difícil situação em que vivem, hoje, as mulheres afegãs" - declarou a alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, Navi Pillay, a propósito do relatório.

Ela disse ainda que o "espaço limitado que se abriu às mulheres afegãs no final do regime talibã, em 2001, está sob contínuo ataque, não somente por parte dos talibãs, mas também por causa de práticas e costumes culturais profundamente arraigados".

O relatório divulgado hoje, em Cabul, pelas Nações Unidas e pela atriz indiana, Shabana Azmi, ativista de direitos humanos toca vários aspectos desse flagelo, inclusive os delitos de honra e a troca de mulheres e meninas como forma de resolução de controvérsias.

As mulheres afegãs ativas nos setores da vida pública "se tornaram alvos de pessoas que se opõem ao governo ou de pessoas que detêm o poder religioso, de seus próprios familiares, da comunidade e, em alguns, casos das autoridades governamentais.

Não obstante a Constituição afegã permita a presença de 25% de membros do sexo feminino no Parlamento, o relatório constata que "um certo número de parlamentares mulheres já afirmaram que por causa da falta de segurança e de ameaças de morte que continuamente recebem, não irão se candidatar para as eleições de 2010".

Em relação à violência sexual, o relatório afirma que o estupro é muito difundido no país e que é muito provável que as vítimas sejam punidas e não os culpados.

Em vários casos as mulheres que procuram a ajuda da Justiça são depois perseguidas. A alta comissária sublinhou que o Governo tem o dever de desarraigar tais práticas, educando a população e demonstrando vontade e o empenho em salvaguardar os direitos de todas as mulheres e jovens afegãs. (MJ)







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