A cimeira do G8 em L’Aquila centrada na recuperação da economia mundial, aquecimento
global e combate à pobreza.
(8/7/2009) A partir de hoje e até á próxima sexta feira decorre em L’Aquila, na Itália
central, a cimeira do G8. A esta reunião, que decorre numa altura em que a legitimidade
do G8 , de que fazem parte a Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Grã-Bretanha,
Itália, Japão e Rússia e ainda a União Europeia, é posta em causa com o protagonismo
do G20, a Itália decidiu associar 17 países e várias organizações Oficialmente,
a agenda está centrada na recuperação da economia mundial, aquecimento global e combate
à pobreza. Oficiosamente, também se irá falar no Irão. Mas os protestos anarquistas,
a ameaça de sismos e o escândalo que envolve o anfitrião, Silvio Berlusconi, ameaçam
conquistar o palco mediático. A cimeira foi pensada para a Sardenha, mas Berlusconi
decidiu mudá-la para Áquila, a 100 quilómetros de Roma, onde ainda são visíveis os
estragos de um sismo que em Abril matou 299 pessoas. Ontem, já houve protestos
em Roma: algumas centenas de manifestantes incendiaram pneus na rua e lançaram pedras
contra agentes da polícia, que prenderam 40 pessoas. As autoridades esperam um agravamento
da situação e sobre esta cimeira paira o espectro da anterior reunião organizada pela
Itália, em 2001, em Génova, onde houve motins e morreu um jovem manifestante. Há
também receios de actividade sísmica e foram elaborados planos de emergência, caso
se repitam os abalos de terra que têm afectado a zona de Áquila. Outra distracção
pode ser o escândalo que envolve o primeiro-ministro italiano e a eventual publicação
de mais material comprometedor sobre as festas de Silvio Berlusconi. Na parte política,
espera-se que este G8 dê um forte sinal sobre o pós-Quioto, ou seja, sobre a limitação
de gases com efeito de estufa depois de 2012. Para isso, é preciso dinheiro e da reunião
pode sair um pacote financeiro significativo. Além dos oito líderes e comitivas
(EUA, Alemanha, França, Reino Unido, Itália, Canadá, Japão e Rússia) estarão presentes
mais de três mil jornalistas. Nos dois últimos dias, o G8 soma-se ao G5 (que inclui
China, Índia, Brasil, México e África do Sul) e a um grupo de países convidados, onde
estão Austrália, Indonésia, Holanda, Espanha, Turquia, Angola, entre outros. Isto
corresponde ao chamado G20 alargado.