Cidade do Vaticano, 07 jul (RV) - "Há mais de 30 anos, as promessas feitas
aos países pobres são descumpridas: foi a denúncia do presidente do Pontifício Conselho
"da Justiça e da Paz", Cardeal Renato Martino, que já foi observador permanente da
Santa Sé nas Nações Unidas.
Daquele cargo, pôde ver de perto a distância que
separa as declarações de intenções dos governos ocidentais e suas intervenções concretas
em favor dos países pobres.
Em entrevista ao jornal italiano "La Stampa",
o Cardeal Martino opina que, no contexto atual, se não remarmos todos na mesma direção,
a defesa egoísta de interesses nacionais se revelará um bumerangue devastador nos
campos social e econômico.
O cardeal deplorou o fato que a Itália se empenhe
tão pouco, com apenas 0,09% de seu PIB, quando havia prometido 0,7%: "É a porcentagem
mais baixa dos últimos vinte anos" – lamenta.
"Quatro décadas atrás – explica
ainda – os países ricos se comprometeram em destinar 0,7% de suas rendas ao desenvolvimento
do Terceiro Mundo. Somente cinco deles respeitaram esse empenho, quase todos da Escandinávia.
Os Estados Unidos, por exemplo, ficaram em 0,2%."
"É necessário um compromisso
mais eficaz" – conclui o Cardeal Martino. "É fundamental que a cúpula do G-8, em L'Aquila
não seja uma improdutiva realidade midiática." (CM)