2009-07-06 12:39:25

PACOTE DE SEGURANÇA: A PERPLEXIDADE DA IGREJA ITALIANA


Roma, 06 jul (RV) - “A questão da imigração não fica resolvida com a aprovação das normas sobre a segurança, e o governo não pode se iludir em legislar como quiser; deve demonstrar a honestidade e mudar”. É um trecho do editorial do jornal Avvenire, da Conferência Episcopal Italiana.

“Agora – prossegue o artigo – se abre um importante capítulo de verificação sobre a aplicação da lei, no respeito do princípio segundo o qual, se algumas de suas normativas não funcionarem, se lesarem direitos fundamentais, devem ser alteradas, e com rapidez”.

“Isto deve ser feito porque os direitos dos mais frágeis não podem ser sacrificados em nome de interesses ideológicos, e porque o governo não deve pensar que faz o que quer” – diz o artigo, referindo-se ao ‘crime de clandestinidade’, uma ‘verdadeira ferida no tecido civil’.

“Há ainda outro capítulo a ser aberto: a integração, porque pensar em resolver tudo com a lógica da ‘securitate’ significa provocar novas tensões e conflitos”.

Muitos setores na Igreja italiana lamentam, nestes dias, a aprovação do ‘pacote de segurança’ por parte do parlamento. As novas leis são restritivas e segundo muitos, violam os direitos humanos fundamentais. Em Florença, um sacerdote estendeu um manto preto sobre o altar, em protesto contra as normas de imigração previstas no pacote.

“Hoje – escreve o pároco, Pe. Alessandro Santoro – celebramos o funeral da democracia e dos princípios constitucionais, com o coração triste e indignado. É um domingo de luto, e por isso, o manto preto ficará na porta de nossa comunidade. Como cristãos e fiéis, não podemos e não devemos obedecer a esta lei, ultrajante e horrível, e com firmeza, gritamos juntos o nosso ‘não’ a esta barbárie anticonstitucional, implorando ao presidente da República, Giorgio Napolitano, para que não assine a lei.

Continuaremos a manter abertas nossas portas a todos os ‘pobres cristos’, e pedimos a nosso bispo – conclui Pe. Santoro – que tome posição sobre esta lei ofensiva e se faça porta-voz da indignação de nossa comunidade cristã”. (CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.