Quito, 04 jul (RV) - A Organização Católica Latino-americana e Caribenha de
Comunicação, CLACC, entregará o prêmio Comunicador da Paz 2009, na categoria ‘Homenagem
Póstuma’ a Dom Leonidas Eduardo Proaño Villalba, recordado como ‘o bispo dos índios’.
O Prêmio Comunicador da Paz, instituído pela OCLACC, é um reconhecimento à
trajetória de vida daqueles que favorecem a promoção da paz, justiça, solidariedade,
democracia e participação cidadã de agentes da mídia latino-americanos.
A
candidatura de Dom Leonidas Proaño foi apresentada pela Associação Católica de Comunicação
SIGNIS no Equador, e foi respaldada pela Diocese de Riobamba, pela Fundação Pueblo
Indio, e pelo Movimento Leonidas Proaño, e recebeu centenas de adesões de pessoas
e organizações do Equador e de todo o mundo.
Quem foi Leonidas Eduardo Proaño
Villalba?
Nascido em 1910 em San Antonio de Ibarra, em 1923 ingressou no seminário,
e em 1936, foi ordenado sacerdote. Em 1954, foi nomeado bispo de Riobamba, diocese
na qual permaneceu 31 anos.
Em 1958, criou o lar indígena “Nossa Senhora
de Guadalupe”. Em 1960 tornou-se delegado no Conselho Episcopal Latino-americano,
CELAM, através do qual, fundou o Instituto Itinerante de Pastoral da América Latina.
Em 1962, constituiu as Escolas Radiofônicas Populares do Equador, que realizavam programas
de alfabetização, educação e evangelização dos povos indígenas. Dom Leônidas participou
como orador em diversas conferências, em seu país e fora, sobre a pastoral e a questão
social, econômica e cultural da América Latina.
"Com seus gestos e palavras,
encarnou-se na realidade das comunidades indígenas de sua diocese, fazendo uma releitura
do Evangelho libertador de Jesus. Caracterizou-se por partilhar no dia-a-dia a sua
vida com o povo, a quem estava chamado a servir, orientado e inspirado por uma profunda
fé em Jesus. Concretamente, organizou a formação de líderes indígenas em uma perspectiva
cristã libertadora".
Entre os diversos reconhecimentos recebidos, estão doutorados
Honoris Causa em seu país e no exterior, em 1986, o Prêmio Rothko pela Paz (Houston-EUA),
e em 1988, o Prêmio Bruno Kreiski (Áustria) pela Defesa dos Direitos Humanos. Dom
Leônidas morreu em 31 de agosto de 1988, em Quito.
O Prêmio Comunicador da
Paz será conferido em 14 de julho, em cerimônia na sede da Pontifícia Universidade
Católica do Rio Grande do Sul, em Porto Alegre.
Ainda na categoria de reconhecimentos
póstumos, será concedido também um prêmio ao servo de Deus Dom Oscar Arnulfo Romero
Galdámez, Arcebispo de San Salvador, assassinado em 24 de março 1980 por um atirador
de elite do exército salvadorenho, enquanto celebrava a missa. (CM)