UM ANO DEPOIS, BETANCOURT DIZ QUE É PRECISO FAZER MAIS POR REFÉNS DAS FARC
Bogotá, 02 jul (RV) – Um ano depois de agentes e militares colombianos disfarçados
de funcionários de agências humanitárias terem resgatado Ingrid Betancourt das mãos
das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), a ex-refém pediu, nesta quinta-feira,
para que as autoridades não esqueçam das outras pessoas que continuam em cativeiro.
O exército colombiano resgatou, em 2 de julho de 2008, a política franco-colombiana
Ingrid Betancourt, três norte-americanos e 11 militares que estavam em poder das FARC.
Sequestrada em 2002, Betancourt era o principal "trunfo" dos guerrilheiros, para negociações
de trocas de prisioneiros com o Governo.
No dia 17 de março deste ano, as
FARC libertaram o sueco Eric Ronald Larsson, de 69 anos, o último refém estrangeiro
que mantinham em seu poder. Todavia, a guerrilha ainda mantém em cativeiro muitos
colombianos.
Um deles é Pablo Emilio Moncayo, um soldado capturado pelos rebeldes
há mais de 11 anos, durante um ataque a um posto militar localizado nas montanhas.
Em abril passado, as FARC anunciaram que planejavam libertá-lo. Na última segunda-feira,
os guerrilheiros afirmaram que soltariam outro soldado junto com Moncayo.
No
entanto, o presidente colombiano, Álvaro Uribe, recusou o pedido das FARC para que
a senadora Piedad Cordoba, aliada do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, estivesse
presente a todas as libertações de reféns. Uribe afirmou que aceitará apenas a Cruz
Vermelha Internacional e a Igreja Católica como intermediários.
Num comunicado
divulgado na última segunda-feira, dia 29, as FARC ofereceram libertar um soldado
capturado em abril − Josue Daniel Calvo − junto com Moncayo, e reiteraram que a senadora
Cordoba deveria estar presente. Mas Uribe prefere obter a liberdade de reféns através
de resgates militares, e não por libertações unilaterais feitas pela guerrilha.
O
presidente − cujo pai foi assassinado pelas FARC, em 1983 − fez da derrota dos rebeldes
um de seus principais objetivos enquanto estiver à frente do governo colombiano. (AF)