CARDEAL MONTEZEMOLO FALA SOBRE O SARCÓFAGO DE PAULO
Roma, 30 jun (RV) - Grande emoção entre os fiéis de todo o mundo depois que
o Santo Padre no último domingo revelou o resultado de uma pesquisa científica realizada
dentro do sarcófago que tradicionalmente é atribuído como sendo túmulo de São Paulo
e que se encontra na Basílica de São Paulo fora dos Muros. O exame dos fragmentos
ósseos retirados foi uma confirmação: trata-se do túmulo de São Paulo, e os restos
mortais são os do Apóstolo dos Gentios. Sobre a importante descoberta a Rádio Vaticano
ouviu o arcipreste da Basílica o Cardeal Andrea Cordero Lanza di Montezemolo.
R. – Cerca de um ano e meio atrás, o Santo Padre autorizou realizar um pequeníssimo
furo no sarcófago para poder fazer entrar uma sonda e ver e analisar o que tinha dentro.
Tudo isso foi feito em segredo a fim de que a pesquisa não tivesse, até quando não
fosse confirmado, nenhuma publicidade particular.
P. Qual o resultado da análise
e como se realizou?
R. – Esta análise microscópica confirmou que no interior
do sarcófago encontram-se tecidos importantes de linho e púrpura, costurados com fios
de ouro e que existem também restos humanos. Graças ao teste do carbono 14, feito
por um instituto que ignorava a procedência do material, confirmou-se que se trata
de uma pessoa que viveu entre o I e o II século. Foram também encontrados grãos de
incenso. Tudo isso confirma a importância desse túmulo: um túmulo que, contendo tecidos
do gênero e que remonta àquela época e com uma constância ininterrupta de tradições,
confirma que é o túmulo de Paulo.
P. Cardeal, essa descoberta que importância
tem no âmbito da fé e da história da Basílica?
R. – É importante porque confirma
a tradição segundo a qual há cerca de 20 séculos o túmulo de Paulo se encontra ali.
Com tudo o que ocorreu ao longo dos séculos: foi construída uma primeira Basílica
de Constantino, depois uma segunda, em seguida uma terceira após o incêndio de 1823,
todas as basílicas foram construídas ao redor desse local, ou seja, do túmulo de Paulo,
que se encontrava em um grande cemitério pagão de 5 mil túmulos. Aos poucos esse cemitério
foi coberto para realizar a atual Basílica e a atual abadia.
O cardeal Montezemolo
disse ainda, respondendo às perguntas que talvez se faça uma análise mais profunda
no sacrófago, “mas isso comporta um grande trabalho, e que seria necessário então
demolir o altar papal, e talvez também o baldaquino de Arnolfo di Cambio”. (SP)