Balanço do Ano Paulino, caracterizado por grande fervor espiritual
(27/6/2009) Duplicação de baptismos na China, aumento de crianças com o nome de Paulo,
melhoria nas relações ecuménicas, no estudo e reflexão sobre os escritos paulinos,
aumento do comércio e das relações com as comunidades de oração de muitos países não-católicos,
incluindo delegações que se deslocaram para rezar junto do túmulo de Paulo foram alguns
dos exemplos dados como resultado da realização do Ano Paulino. No Vaticano, foi
apresentado esta semana um balanço do ano, que encerra este Domingo, dia 28 de Junho.
"Os benefícios espirituais deste ano especial são os mais importantes e não é possível
medi-los porque nunca sabemos o que nos anima", destacou o Cardeal Andrea Cordero
Lanza di Montezemolo, arcipreste da Basílica de São Paulo fora de muros. D. Cordero
lembrou iniciativas no campo religioso, na liturgia, na catequese, na pastoral, mas
também actividades culturais, de estudo, publicações várias e produções musicais,
teatrais, cinematográficas, bem como exposições de arte ou mesmo eventos desportivos.
"Actividades que decorreram não só em Roma, mas em muitas Igrejas locais, em todos
os continentes, onde as celebrações dos 2000 anos do nascimento de São Paulo deram
um novo estímulo e motivação para a evangelização". "Notou-se um grande fervor
espiritual", sublinhou o arcipreste da Basílica. O Ano Paulino termina mas os seus
benefícios e as transformações que produziu devem continuar. As muitas iniciativas
pastorais, de catequese, de património cultural são "destinadas a continuar" e a ter
sequência local e em todos os continentes. A porta paulina, com os novos painéis
de bronze, vai continuar aberta, assim como vai continuar acesa a chama paulina que
Bento XVI acendeu na ocasião da abertura do ano paulino, para lembrar aos peregrinos
e fieis que "todos os dias devemos continuar a estudar e meditar Paulo". Foi deixado
como legado um programa cultural de leitura, meditação e estudo da Palavra de Deus,
com uma "especial dimensão ecuménica" e que será "desenvolvido com o apoio da Basílica
e da Abadia, pelos monges beneditinos". Entre outras novidades e iniciativas que
se seguiram, o Cardeal Cordero destacou o sitio na Internet da Universidade Villanova,
nos Estados Unidos da América, que ofereceu uma visita virtual à basílica de São Paulo.
"É um estimulante auxílio para conhecer melhor a Basílica e os seus tesouros". Foi
recordado na conferência de imprensa que Bento XVI enviou, por ocasião do encerramento
do Ano Paulino, sete delegados pontifícios a sete lugares por onde São Paulo passou:
Terra Santa, Damasco, Tarso, Chipre, Atenas, Malta e Líbano, com o objectivo de "continuar
a promoção e o que as iniciativas paulinas suscitaram para benefício da fé de todos
os cristãos". Com o encerramento do Ano Paulino e o início do Ano sacerdotal, o
Cardeal Cordero pede que o "mundo cristão continue a acolher a mensagem de Paulo,
tal como no seu tempo ele falou aos diversos povos". "O ano sacerdotal não pode
ser menos do que o ano paulino". Um novo edifício vai ser construído próximo da
Basílica de São Paulo fora de muros. Trata-se de uma construção "necessária para acolher
todos os serviços que não estão disponíveis, nomeadamente escritórios e espaços para
o acolhimento dos peregrinos", afirmou o Cardeal Cordero di Montezemolo. A área
contém espólio arqueológico considerado muito significativo e está também previsto
um museu que irá recolher objectos inéditos dos séculos V e VII. O Cardeal Andrea
Cordero sublinhou a importância de ali guardar os restos de São Paulo, que "representam
um património espiritual não apenas para o mundo católico mas para todos os cristãos,
prova disso é o grande número de peregrinos, grupos e pessoas singulares, das Igrejas
cristãs que se deslocaram a Roma no Ano Paulino". O Cardeal não descartou a possibilidade
de "possíveis futuros trabalhos de abertura do túmulo, sobre a qual o Papa estaria
de acordo, mas que requerem muitas intervenções, incluindo a demolição do altar papal
e da copa de Arnolfo di Cambio", dados que "neste momento não se podem programar".