Cidade do Vaticano, 20 jun (RV) – O serviço do sacerdote é de importância fundamental
na vida da Igreja. Mas não é um mistério que ele hoje esteja atravessando por não
poucas dificuldades: o clima geral de secularização em vastas regiões do mundo, um
menor apreço do papel do sacerdote na sociedade, as profundas feridas que afetaram
a imagem pública dos sacerdotes, provocadas por comportamentos indignos por parte
de alguns deles, e de qualquer modo, também a própria valorização justa das vocações
leigas na Igreja...
O papa não responde com considerações socioreligiosas,
mas promove "o empenho de uma renovação interior de todos os sacerdotes, em prol de
um testemunho deles, mais forte e mais incisivo no mundo de hoje". Em resumo, na carta
que endereçou a todos os seus irmãos no sacerdócio, abrindo o Ano Sacerdotal, ele
não parte do exterior, mas sim do interior, do coração da vocação sacerdotal, do modelo
concreto de santidade sacerdotal que nos é oferecido pelo Santo Cura D'Ars. Pode parecer
quase uma provocação, indicar como referência espiritual para os padres de todo o
mundo, um pároco que viveu numa pequena cidade francesa de apenas 200 habitantes,
falecido 150 anos atrás.
Mas se o padre vive realmente da Eucaristia e do serviço
da reconciliação entre Deus e os homens, ou seja, da manifestação da misericórdia
de Deus, o tempo e o lugar se tornam secundários, Nas expressões da carta do papa
há um toque profundo de espiritualidade, um grande amor por Jesus e pelas pessoas,
em particular aquelas que se encontram espiritualmente distantes de Deus ou em dificuldades.
Não é justamente desse amor − que busca fazer-se presente no coração de cada um de
nós − que hoje existe uma urgente e tremenda necessidade?
Por isso, o papa
fala do sacerdote como dom à Igreja e à própria humanidade. Naturalmente, se ele vive
sua vocação. (Pe. Federico Lombardi)