PAPA ABRE ANO SACERDOTAL: IGREJA PRECISA DE MINISTROS QUE AJUDEM FIÉIS A EXPERIMENTAR
AMOR MISERICORDIOSO DO SENHOR
Cidade do Vaticano, 19 jun (RV) - Nesta sexta-feira – solenidade do Sagrado
Coração de Jesus e Dia de Santificação dos Sacerdotes - Bento XVI presidiu, na Basílica
de São Pedro, às segundas Vésperas. Com essa celebração, o Santo Padre abriu o Ano
Sacerdotal por ele convocado, por ocasião dos 150 anos de morte do Santo Cura D'Ars
– João Maria Vianney – patrono dos párocos, que ele proclamará patrono de todos os
sacerdotes.
A celebração foi precedida, às 17h30 locais, por um discurso do
secretário da Congregação para o Clero, Dom Mauro Piacenza. Em seguida, teve lugar
a procissão com a Relíquia do Santo Cura D'Ars – o seu coração – saindo da Capela
da Piedade até o altar da Confissão e a Capela do Coro.
A procissão foi conduzida
pelo arcipreste da Basílica Vaticana, Cardeal Angelo Comastri; pelo prefeito da Congregação
para o Clero, Cardeal Claudio Hummes; e pelo bispo de Belley-Ars, Dom Guy Bagnard.
Ao
chegar à Basílica Vaticana, o papa foi até a Capela do Coro, onde venerou a Relíquia
de São João Maria Vianney. Após a celebração das segundas Vésperas teve lugar a Adoração
Eucarística.
O Santo Padre desenvolveu a sua homilia partindo da festa que
hoje celebramos – a solenidade do Sagrado Coração de Jesus – contextualizando-a na
liturgia do dia. Bento XVI afirmou que no Antigo Testamento se fala 26 vezes do coração
de Deus, considerado como o órgão de sua vontade.
Em seguida, o papa evocou
uma passagem na qual o tema do coração de Deus se encontra expresso de modo absolutamente
claro: o capítulo 11 do livro do profeta Oséias, no qual os primeiros versículos descrevem
a dimensão do amor com o qual o Senhor se dirigiu a Israel no alvorecer de sua história:
"Quando Israel era um menino, eu o amei e do Egito chamei meu filho" (v 1).
Na
realidade – observou o papa – Israel responde com indiferença e até mesmo com ingratidão
à incansável predileção divina. "Mas quanto mais eu os chamava, tanto mais eles se
afastavam de mim (v 2). Todavia – prosseguiu o pontífice – o Senhor jamais abandona
Israel nas mãos dos inimigos, porque o "meu coração se contorce dentro de mim, minhas
entranhas comovem-se" – diz o Senhor (v 8).
Na solenidade do Sagrado Coração
– frisou o papa – "a Igreja oferece este mistério à nossa contemplação, o mistério
do coração de um Deus que se comove e derrama o seu amor sobre a humanidade".
Bento
XVI agradeceu a todos aqueles que, respondendo a seu convite, se fizeram presentes
na Basílica de São Pedro para a celebração com a qual foi aberto o Ano Sacerdotal.
O
papa dirigiu uma saudação particular aos cardeais e bispos presentes, entre os quais,
ao prefeito e ao secretário da Congregação para o Clero, respectivamente, Cardeal
Claudio Hummes, e Dom Mauro Piacenza.
No Coração de Jesus encontra-se o núcleo
essencial do cristianismo, disse o Santo Padre, acrescentando que em Cristo nos foi
revelada e oferecida toda a novidade revolucionária do Evangelho: "o Amor que nos
salva e nos faz viver desde já na eternidade de Deus".
Referindo-se ao solene
início do Ano Sacerdotal por ele convocado por ocasião dos 150 anos da morte do Santo
Cura D'Ars, o papa citou a Carta enviada aos sacerdotes para este especial ano jubilar.
O
pontífice fez votos de que esta sua missiva seja uma ajuda e encorajamento a fazer
deste ano uma ocasião propícia para crescer na intimidade com Jesus, "que conta conosco,
seus ministros – ressaltou – para difundir e consolidar o seu Reino".
Em seguida,
Bento XVI referiu-se ao Apóstolo dos Gentios, a quem foi dirigia a atenção durante
o Ano Paulino que está para se concluir. "Deixar-se conquistar plenamente por Cristo":
esta foi a finalidade de toda a vida de São Paulo, recordou o papa, ressaltando que
essa foi também a meta de todo o mistério do Santo Cura D'Ars. "Que este seja também
o objetivo principal de cada um de nós" – foi a exortação do pontífice.
Em
seguida, Bento XVI recordou as "promessas sacerdotais" feitas no dia da ordenação
presbiteral e que são renovadas todos os anos, na Quinta-feira Santa, na missa do
Crisma.
"Até mesmo as nossas carências, os nossos limites e fraquezas devem
reconduzir-nos ao Coração de Jesus" – disse o papa – ressaltando que nada faz a Igreja
sofrer tanto quanto os pecados de seus pastores, sobretudo daqueles que se transformam
em "ladrões das ovelhas" (Jo 10, 1ss) ou porque as desviam com as suas doutrinas privadas,
ou porque as abordam com laços de pecado ou de morte.
"Também para nós, caros
sacerdotes – foi a exortação do pontífice – vale o chamado à conversão e ao recurso
à Divina Misericórdia, e igualmente devemos dirigir com humildade ao Coração de Jesus
o premente pedido de que nos preserve do risco terrível de prejudicar aqueles a quem
devemos salvar."
Por fim, Bento XVI recordou que "a Igreja precisa de sacerdotes
santos; de ministros que ajudem os fiéis a experimentar o amor misericordioso do Senhor
e sejam testemunhas convictas desse amor.
O papa concluiu a homilia da celebração
das segundas Vésperas dirigindo-se a Nossa Senhora:
"Que a Virgem Santa, nossa
Mãe, nos acompanhe no Ano Sacerdotal que hoje iniciamos, para que possamos ser guias
firmes e iluminados para os fiéis que o Senhor confia aos nossos cuidados pastorais."
(RL)