Roma, 16 jun (RV) - Até o mês de setembro de 2008 ele tinha dúvidas sobre a
beatificação de Pio XII, agora reza por ele e propôs que Papa Pacelli seja reconhecido
como santo. É um rabino norte-americano que se pronunciou sobre esse assunto no prefácio
do último livro da irmã Margherita Marchione com o título: “Papa Pio XII. Uma antologia
de textos nos 70 anos da sua coroação”, publicado em italiano e inglês pela Livraria
Editora Vaticana.
O rabino norte-americano, Erich A. Silver do Templo Beth
David de Cheshire, responsável pelo melhoramento das relações entre Judaísmo e Igreja
Católica, explica o porquê dessa sua mudança de comportamento. “Eu acreditava - escreveu
Silver no prefácio do livro da irmã Marchione – que o Papa pudesse ter feito ainda
mais. Queria saber se, de fato, ele teria sido um colaborador, um anti-semita passivo,
enquanto milhões de judeus eram assassinados”. Depois – conta o rabino – no mês de
setembro de 2008 ele esteve em Roma, a convite de Gary Krupp para participar de um
simpósio organizado pela Pave The Way Foundation, no qual se desejava compreender
o papel do Papa Pio XII durante o Holocausto.
Naquela ocasião o rabino Silver
conheceu a irmã Marchione e cerca de 50 pessoas entre rabinos, sacerdotes, estudiosos
e jornalistas que tinham estudado e investigado a fundo sobre o tema. Para Silver,
aquele simpósio foi uma fulguração. “As provas que eu vi – escreveu o norte-americano
– me convenceram que a única motivação de Pio XII era a de salvar todos os judeus
que ele podia”.
E a imagem negativa de Pio XII? Segundo Silver, tudo começou
com a publicação do livro “The Deputy” com a difusão de mentiras e o costume de não
investigar os fatos históricos. Assim muitas pessoas se tornaram “instrumento daqueles
que detestam Pio XII porque foi sempre anticomunista”. “Deve-se notar – destaca Silver
– que, após o fim da guerra, e até a sua morte os judeus o louvaram continuamente
reconhecendo-o como salvador”.
“Eu espero – auspiciou o rabino – que a canonização
do Papa Pio XII possa se realizar o quanto antes, a fim de que não somente os católicos,
mas todo o mundo possa conhecer o bem realizado por esse homem de Deus”. (SP)