CATÓLICOS E HINDUÍSTAS UNEM-SE CONTRA EXTREMISTAS NA ÍNDIA

Cidade do Vaticano, 16 jun (RV) - Reforçar os elos com os líderes hinduístas mais influentes, a fim de isolar os grupos radicais, responsáveis pelas violências contra os cristãos: com este espírito, a Igreja Católica Indiana organizou uma série de encontros entre membros das duas religiões.

O programa foi inaugurado no dia 12, em Mumbai, com a presença do presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Card. Jean-Louis Tauran.

De volta a Roma, em entrevista à Rádio Vaticano, o cardeal comentou este encontro: "Pude constatar que, para os nossos amigos hinduístas, é muito difícil compreender a diferença entre um católico, um batista, um pentecostal… O que os hinduístas desaprovam é o proselitismo, a construção de igrejas. Existe uma região na qual estão sendo construídas 160 igrejas: é evidente que não se trata de igrejas católicas, mas de seitas protestantes. Tive então que explicar a um dos maiores líderes religiosos hinduístas a diferença que existe entre um católico e um protestante, e devo confessar que ele não tinha as idéias muito claras a respeito".

Para o Card. Tauran, os hinduístas estão preocupados com esta "invasão", da qual os católicos pagam as consequências. Todavia, ele considera que o encontro tenha sido útil para esclarecer os fatos, e principalmente porque foi reiterado que os hinduístas não têm objeções contra os católicos: "Posso dizer que este encontro abriu um novo capítulo nas relações entre Catolicismo e Hinduísmo. Mais que uma reunião, se tratou de um início, de uma conversa entre amigos, que, na minha opinião, produzirá frutos".

Por sua vez, os líderes hinduístas condenaram as violências anticristãs, afirmando que a Índia é um país espiritual, que respeita os direitos e a liberdade religiosa das minorias. Sobre as conversões forçadas, o arcebispo de Mumbai, Card. Oswald Gracias, destacou que a conversão é uma escolha profundamente pessoal e que na Igreja Católica não existem "conversões forçadas".

Por fim, os líderes católicos e hinduístas reiteraram a necessidade de trabalhar juntos em projetos sociais, sobretudo no campo da instrução e da saúde. (BF)