2009-06-14 16:36:26

AGÊNCIA DA ONU PARA AJUDA ALIMENTAR REVELA "AUMENTO ALARMANTE DA FOME"


Roma, 14 jun (RV) - Armênia, Bangladesh, Gana, Nicarágua e Zâmbia: esses são os países objeto de um estudo inovador do Programa Mundial de Alimentos (PAM) da ONU acerca dos efeitos da crise financeira sobre as famílias, muitas das quais já em risco de fome.

Ao comentar os resultados, a diretora-executiva do PAM, Josette Sheeran, fez um apelo aos governos a fim de que reforcem os programas de proteção social.

"Em cada um dos cinco países estudados – afirmou Sheeran – as projeções indicam um aumento alarmante da fome e das dificuldades que poderiam se verificar também em doze outros países em via de desenvolvimento. Para aqueles que vivem com menos de 2 dólares por dia, a crise financeira está crescendo os níveis de fome e o pior ainda dever estar por vir" – ressaltou ela.

Segundo especialistas do PAM, nestes países "a maioria das famílias é obrigada a cortar o número de refeições diárias" e a adquirir "alimento mais econômico e menos nutriente". Sobretudo na Nicarágua e Zâmbia, "algumas famílias gastam menos com a saúde ou retiram seus filhos da escola". Ademais, por causa da desaceleração da economia, muitos trabalhadores emigrados não mais conseguem enviar dinheiro para casa.

O estudo da agência da ONU responsável pela ajuda alimentar revela que os grupos mais atingidos pela crise financeira são os trabalhadores não especializados das áreas urbanas, as famílias que dependem das remessas do exterior (em particular na Armênia, onde essas remessas representam 20% do PIB nacional e constituem, em Nicarágua e Bangladesh, a principal fonte de renda para cerca de um quarto dos núcleos familiares), e os trabalhadores expulsos dos setores de exportação (Nicarágua, Gana e Bangladesh) e os que trabalham no setor de mineração e do turismo (Zâmbia).

Para o exercício 2009, o PAM precisa de 6, 4 bilhões de dólares para enfrentar as necessidades alimentares urgentes de 105 milhões de pessoas: "um custo não exagerado em relação aos trilhões de dólares destinados aos pacotes de salvação das instituições financeiras ou da indústria automobilística" – concluiu a diretora-executiva do PAM, Josette Sheeran. (RL)







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