2009-06-13 13:57:42

PAPA: "A ECONOMIA DEVE RESPEITAR AS NECESSIDADES E DIREITOS DOS MAIS FRACOS"


Cidade do Vaticano, 13 jun (RV) - Bento XVI recebeu em audiência, na manhã deste sábado, o secretário-geral do Sínodo dos Bispos, Dom Nikola Eterovic. Recebeu ainda, um novo grupo de bispos da Conferência Episcopal da Venezuela em visita "ad Limina Apostolorum".

A seguir, na Sala Clementina, o Santo Padre encontrou-se com cerca de 300 membros da fundação "Centesimus Annus Pro Pontifice".

No discurso que lhes dirigiu, o papa agradeceu aos membros da fundação pelo serviço prestado à Igreja, acrescentando que o encontro de hoje assumia um significado e um valor particulares, à luz da situação em que se encontra a humanidade neste momento.

“De fato − disse o Santo Padre − a crise financeira e econômica que atingiu os países industrializados, os emergentes e os países em desenvolvimento, mostra claramente como devem ser repensados certos paradigmas econômico-financeiros que foram dominantes nos últimos anos. Portanto, a fundação foi muito feliz na escolha do tema abordado no simpósio internacional realizado ontem, que foi determinar quais sejam os valores e as regras aos quais o mundo econômico deveria ater-se, para criar um novo modelo de desenvolvimento, mais atento às exigências da solidariedade e mais respeitoso da dignidade humana.”

O pontífice manifestou sua alegria ao saber que os membros da fundação analisaram, em particular, as interdependências entre instituições, sociedade e mercado partindo − segundo a encíclica Centesimus Annus, de seu venerado predecessor João Paulo II − da reflexão segundo a qual a economia de mercado, entendida como "sistema econômico que reconhece o papel fundamental e positivo da empresa, do mercado, da propriedade privada e da conseqüente responsabilidade para os meios de produção, da livre criatividade humana no setor da economia", só pode ser reconhecida como caminho de progresso econômico e civil, se voltada para o bem comum.

Bento XVI recordou que tal visão, porém, deve ser acompanhada de outra reflexão, segundo a qual a liberdade no setor da economia deve enquadrar-se "num sólido contexto jurídico que a coloque a serviço da liberdade humana integral", uma liberdade responsável "cujo centro é ético e religioso".

Em seu discurso, o Santo Padre fez votos de que a pesquisas desenvolvidas pelos membros da fundação, inspiradas nos eternos princípios do Evangelho, elaborem uma visão da economia moderna, respeitosa das necessidades e dos direitos dos mais fracos. E concluiu, recordando a próxima publicação da sua encíclica dedicada precisamente ao amplo tema da economia e do trabalho.

"Nesta encíclica serão colocados em evidência os objetivos que, para nós, cristãos, devem ser buscados, e os valores a serem promovidos e defendidos incansavelmente, com a finalidade de realizar uma convivência humana verdadeiramente livre e solidária." (SP)







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