São Paulo, 13 jun (RV) - Os laboratórios farmacêuticos começam a se mobilizar
para garantir a imunização contra a gripe suína (a gripe "A"), enfermidade que já
atingiu 74 países. Com a declaração de pandemia, começa a corrida dos laboratórios
para a produção de uma vacina que garanta imunidade contra a doença.
A GlaxoSmithKline
disse, nesta quinta-feira, após a Organização Mundial da Saúde (OMS) ter declarado
que a gripe A já é uma pandemia, que, dentro de poucas semanas, deverá começar a produzir
uma vacina, em larga escala. A Sanofi-Aventis, por sua vez, também informou que começou
a trabalhar na sua vacina; e nesta sexta-feira, a suíça Novartis anunciou que criou
uma proteção experimental que ainda não foi testada em pessoas. A vacina da Novartis
foi feita com uma tecnologia que poderá se mostrar mais rápida do que a maneira tradicional
de fazer esse tipo de produto.
Muitos países ricos como Grã-Bretanha, Canadá
e França assinaram contratos com indústrias farmacêuticas, o que garante a essas nações
acesso à vacina contra a pandemia. A OMC e especialistas estimam que, em 12 meses,
estarão disponíveis 2,4 bilhões de doses contra a doença.
A possível disputa
pelas vacinas poderá deixar muitas pessoas nos países pobres com as mãos vazias. Até
agora, a gripe A tem-se espalhado mais por locais desenvolvidos como Estados Unidos,
Grã-Bretanha, Espanha, Japão e Austrália.
"Nós não sabemos como esse vírus
se comportará sob condições típicas encontradas no mundo em desenvolvimento" – disse
a dirigente da OMS, Margaret Chan, na quinta-feira.
Margaret Chan disse que
a OMS espera por um cenário "mais sombrio", quando o vírus se dirigir para a África
e Ásia. Em maio, médicos liderados por ela e pelo secretário-geral da Organização
das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, pediram à indústria farmacêutica que separasse
uma parte da futura produção de vacinas contra a gripe A para os países pobres.
O
porta-voz da OMS, Gregory Hartl, disse que os funcionários estão preocupados com as
pessoas que vivem nos países mais pobres e com aquelas que lutam contra doenças como
malária, tuberculose, pneumonia e são malnutridas. Segundo ele, essas pessoas podem
ser mais suscetíveis ao vírus da gripe A.
Ontem, a OMS informou que 74 países
reportaram quase 30 mil casos da doença, com 145 mortes. Até agora, o vírus parece
não ser muito forte. Mas pode ter um efeito mais devastador sobre pessoas que já têm
problemas de saúde. (AF)