2009-06-12 18:17:02

FUNDAÇÃO "CENTESIMUS ANNUS" DISCUTE REGRAS E VALORES PARA UM DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL E SOLIDÁRIO


Roma, 12 jun (RV) - A Fundação "Centesimus Annus – Pro Pontifice", da Pontifícia Universidade Gregoriana, esta promovendo, nestes dias, o Simpósio internacional "Valores e regras para um novo modelo de desenvolvimento". O evento, iniciado com uma missa celebrada pelo assistente internacional da Fundação, o arcebispo Claudio Maria Celli, reúne em Roma numerosos economistas que se interrogam – à luz da Doutrina Social da Igreja – sobre a atual conjuntura econômica e financeira.

Amanhã, sábado, o Cardeal Attilio Nicora celebrará, na Gruta de Lourdes dos jardins vaticanos, uma missa para os membros da Fundação. Em seguida, terá lugar uma audiência com o Santo Padre.

Para uma reflexão sobre o tema do simpósio, a Rádio Vaticano entrevistou o presidente do Comitê científico da Fundação Centesimus Annus, o economista Albert Quadrio Curzio. Eis o que disse:

Albert Quadrio Curzio:- "Consideramos que os valores expressos pelo ensinamento social católico são substancialmente três. Eles oferecem uma orientação ideal: os valores da solidariedade criativa; os valores da subsidiariedade como expressão da democracia participativa, mas também representativa, e, portanto, o papel das comunidades dos sujeitos intermédios; por fim, o papel da economia – também este importante, mas não mais que os outros."

P. João Paulo II e Bento XVI disseram várias vezes que "a economia precisa de uma alma, de um fundamento ético". Num período de crise no mundo econômico, qual é a sensibilidade que existe atualmente a essa exigência evocada no passado pelo Papa Wojtyla, e hoje pelo Papa Ratzinger?

Albert Quadrio Curzio:- "Creio que exista uma sensibilidade, embora muitas vezes seja necessário fazer com que essa sensibilidade se manifeste. É preciso fazer de modo que as pessoas que têm essa sensibilidade tenham orgulho disso. Infelizmente, nos anos passados, houve uma forte desvalorização da ética do trabalho, do apreço à criatividade no trabalho como capacidade dos seres humanos de expressar a sua consciência participativa. Espero que esta crise, certamente muito grave e também muito dolorosa, faça emergir e tornar explícita, em todos aqueles que sentem esses valores, a importância não somente de senti-los, mas também de afirmá-los."

P. Karol Wojtyla chamava a atenção para a necessidade de "globalizar a solidariedade", e hoje, num tempo de crise, Bento XVI convida a um estilo de vida mais sóbrio. Solidariedade e sobriedade podem ser as palavras-chaves para um novo desenvolvimento?

Albert Quadrio Curzio:- "Podem ser, porém, é preciso considerar que o mundo está mudando com o crescimento de países no passado em via de desenvolvimento, mas hoje fortalecidos como a China e a Índia. Portanto, é preciso levar em consideração o emergir de problemas de natureza ecológica e não somente. Além disso, é necessário que também a colaboração internacional se intensifique no diálogo." (RL)







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