Díli, 08 jun (RV) – A Igreja em Timor-Leste manifestou sua preocupação pela
recente aprovação, por parte do Parlamento, de uma lei que permite o aborto, em caso
de perigo de vida para a mãe.
A normativa, que criminaliza em geral, a interrupção
voluntária da gravidez, ressalva que, em caso de emergência, a vida da mãe deve ter
a prioridade sobre a vida do nascituro. O aborto deve, todavia, ser realizado com
o parecer favorável de três médicos, e de ambos os genitores. No caso de perda de
consciência da mãe, basta somente o consenso do marido.
Imediata a réplica
dos bispos locais: o bispo de Díli, Dom Alberto Ricardo da Silva, e o bispo de Baucau,
Dom Basílio do Nascimento, reafirmaram que "em caso de emergência, os médicos devem
procurar salvar seja a mãe que a criança".
Destacando sua oposição à nova
lei, os bispos recordam o que escreveram na carta pastoral de 15 de abril último,
quando reafirmaram a natureza sagrada e inviolável da vida, da concepção à morte natural,
acrescentando que o aborto é uma violação do direito fundamental à vida.
A
carta pastoral lançava um apelo aos líderes políticos e sociais, a fim de que ajudassem
a prover às primeiras necessidades das mães e das crianças, desde o momento da concepção,
e punissem os responsáveis pelas violências contra as mulheres e menores. (SP)