2009-06-04 15:10:33

20 ANOS DO MASSACRE DE TIANAMEN: CARDEAL ZEN RECORDA


Cidade do Vaticano, 04 jun (RV) – O massacre da Praça da Paz Celestial (a Praça Tianamen), em Pequim, completa hoje 20 anos. Por ocasião do aniversário, a publicação mensal "Missão Hoje", do Pontifício Instituto das Missões Exteriores (PIME) publica um editorial assinado pelo Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun, bispo emérito de Hong Kong.

O expoente da Igreja Católica na China recorda o apelo lançado a seus irmãos, bispos, alguns meses atrás, pedindo coragem no testemunho, à custa de sacrifícios e sofrimentos. "A memória dos mártires de Tianamen e dos mártires chineses requer mais coerência" – reza o editorial.

De modo especial, o cardeal critica os bispos que participaram das celebrações pelos 50 anos das ordenações episcopais ilícitas feitas pelo regime comunista.

"Bento XVI – prossegue o cardeal – escreveu uma carta clara e forte. Mas, no ano passado, ocorreram episódios graves que demonstram que o regime impede os católicos de aplicarem, na prática, os apelos do papa. Em dezembro de 2008, 45 bispos e 200 fiéis participaram das celebrações pelo jubileu das ordenações de 1958, que marcaram formalmente a separação da Igreja da China da Igreja de Roma."

"Para o Governo, aquele evento significou desprezo pelo papa e pela Igreja, repúdio ao diálogo e retorno aos velhos sistemas comunistas. Sinto dizer, mas participando, eles se comportaram de modo incompreensivelmente submisso" sublinhou o cardeal.

"Hoje, mais uma vez, renovo o apelo de janeiro: Sejam mais corajosos, sigam as palavras de Jesus e do papa, e não as do Governo. Se vocês, bispos, se deixarem lisonjear pelo Governo, podem afastar a Igreja da comunhão eclesial. Irmãos bispos, eu lhes suplico: sejam corajosos e dignos de sua missão, assim como o foram os mártires da Praça da Paz Celestial, 20 anos atrás."

Há 20 anos, o grito de milhares de chineses pela democracia foi calado com sangue. A luta, pacífica por mudanças mais céleres acabou duramente atingida pela repressão intransigente do Governo.

Por ocasião deste aniversário, a Anistia Internacional (AI) denunciou, ontem, que a China redobrou o assédio aos dissidentes e intensificou a censura em todo o país. A organização sediada em Londres disse também, que recebeu informações sobre graves perseguições a ativistas de direitos humanos.

O massacre da Praça da Paz Celestial perpetrado pelo exército chinês na noite de 3 para 4 de junho de 1989 deixou um saldo de cerca de dois mil mortos, segundo organizações de defesa dos direitos humanos. (CM)







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