Segundo Amnistia Internacional é explosiva a crise de Direitos humanos no mundo
(30/5/2009) Em 78% dos países do grupo dos mais ricos (G20) foram registados casos
de tortura e agressões por parte das autoridades, assinala o relatório sobre 2008
da Amnistia Internacional, que acaba de ser divulgado. Esta constatação levou
a que a secretária-geral da organização, Irene Khan, tenha desafiado os líderes mundiais
a enfrentarem esta "crise de Direitos Humanos explosiva" e a não relegarem para segundo
plano esta questão desculpando-se com a crise económica. "O mundo está sentado
sobre uma bomba social, política e económica, alimentada pelo desenrolar de uma crise
dos Direitos Humanos", disse Irene Khan, que pediu o empenhamento por parte dos líderes
mundiais para que vão mais longe do que as "promessas em papel". Na mesma linha se
pronunciou a presidente da AI em Portugal. Segundo Lucília José Justino, é exactamente
nos países mais industrializados e de economias emergentes "que a maioria dos direitos
humanos são violados", através da pena de morte, execuções extra-judiciais e julgamentos
injustos. A nível global, a tortura e agressões por parte das autoridades ocorreram
em metade dos países do mundo. Ainda segundo o relatório da AI, 78% das 2.390 execuções
ocorreram em países que pertencem ao G20, a maior parte delas nos Estados Unidos,
Arábia Saudita e China. Em termos globais, 2008 foi marcado "por sinais crescentes
de tensão" e pelas "duras reacções dos governos aos protestos contra as condições
sociais e políticas" em países como a Tunísia, o Egipto e os Camarões. O relatório
destaca ainda que em 81 países as pessoas são proibidas de expressar livremente a
sua opinião.