2009-05-29 14:52:47

PAPA ALERTA PARA INJUSTIÇAS E EFEITOS DA CRISE


Cidade do Vaticano, 29 mai (RV) – Bento XVI recebeu em audiência, esta manhã, os embaixadores da Mongólia, Índia, Benin, Nova Zelândia, África do Sul, Burkina-Fasso, Namíbia e Noruega. O papa dirigiu um discurso único a todos os diplomatas e seus acompanhantes.

Eles foram recebidos para apresentar suas credenciais, pois estão iniciando sua missão diplomática junto à Santa Sé. Assim sendo, as primeiras palavras do pontífice foram dedicadas à comunidade católica em seus respectivos países, e à importância do compromisso com a paz, além do fortalecimento das relações fraternas entre as nações.

Ao mencionar a crise social e econômica atual, Bento XVI falou da necessidade de se estabelecer uma paz verdadeira para a construção de um mundo mais justo e próspero para todos.

"Na verdade, muitas vezes, as gritantes injustiças entre as nações e dentro delas, assim como os processos que contribuem para dividir os povos ou marginalizá-los, são perigosas violações da paz e criam graves riscos de conflito. Portanto, todos nós somos chamados a dar nossa contribuição para o bem comum e a paz, cada um segundo as próprias responsabilidades."

O papa lembrou o texto de sua Mensagem para o Dia Mundial da Paz-2009, na qual indicava que uma das estradas mestras para construir a paz é uma globalização que tenha em vista os interesses da grande família humana. Mas, para guiar a globalização é preciso uma forte solidariedade global entre países ricos e países pobres, como também no âmbito interno de cada uma das nações, incluindo as ricas.

O pontífice recordou que a paz só pode ser construída com coragem, eliminando as disparidades causadas por sistemas injustos e garantindo um padrão de vida que permita uma existência digna e próspera. Essas diferenças tornaram-se ainda mais evidentes com a crise financeira e econômica e suas consequências, que podem se transformar numa catástrofe humana para os povos mais pobres e vulneráveis, principalmente as crianças.

O papa citou ainda, outro efeito da crise: "O desespero. Por vezes, ele pode conduzir as pessoas, na luta cotidiana pela sobrevivência, a gestos individuais ou coletivos de violência, e desencadear conflitos internos que desestabilizam ainda mais sociedades já fragilizadas."

Nesse contexto, o Santo Padre elogiou os países que decidiram aumentar as ajudas às nações em situação de risco, acrescentando que seu exemplo deve ser seguido por outros. Bento XVI solicitou um suplemento de fraternidade e de solidariedade, e um comportamento mais comedido e sóbrio, tanto na economia como em nosso estilo de vida.

Enfim, Bento XVI recordou a missão dos embaixadores e evocou o papel dos líderes religiosos que têm o dever de acompanhar os fiéis, para que cresçam em santidade e interpretem justamente as palavras de Deus. "Estou convencido − sublinhou − da função insubstituível da religião para a formação das consciências, e da contribuição que ela pode dar, para criar um consenso ético fundamental na sociedade."

Bento XVI reservou para o final de seu discurso, votos de sucesso no desempenho da missão conferida aos diplomatas, assegurando sua disponibilidade em apoiá-los para a realização da mesma. (CM)







All the contents on this site are copyrighted ©.