A RELAÇÃO DA SANTA SÉ COM OS ESTADOS DA EUROPA PÓS-COMUNISTA
Cidade do Vaticano, 28 mai (RV) - "A Santa Sé e os Estados da Europa pós-comunista":
este foi o tema do congresso realizado nesta quarta-feira, na Pontifícia Universidade
Angelicum, de Roma.
Depois da queda do muro de Berlim – lê-se no comunicado
do ateneu – a política da Santa Sé se dirigiu com grande energia para a reconstrução
de relações diplomáticas que, todavia, se deterioram por causa da política de repressão
em relação às comunidades católicas.
Durante o congresso, o secretário de
Estado do pontificado de João Paulo II, Cardeal Angelo Sodano, recordou a dura repressão
do regime comunista: "O descobrimento de milhões de mortos impressionou dolorosamente
quem tinha acreditado na ideologia marxista".
O Cardeal Sodano citou um dos
historiadores mais conhecidos da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS),
Roy Medvedev, que, em fevereiro de 1989, falava de 40 milhões de vítimas de Stalin
na então União Soviética, entre elas, inúmeras pessoas que foram perseguidas somente
por causa de sua fé.
Por sua vez, o subsecretário das Relações com os Estados,
Mons. Pietro Parolin, falou do caso da Bósnia-Herzegovina que constitui hoje, um modelo
interessante não somente quanto à relação Estado-Igreja, mas também no que diz respeito
ao diálogo inter-religioso: "A maioria dos croatas é católica, os sérvios são ortodoxos
e os bósnios são muçulmanos. Pelo princípio de igualdade dos três povos, o Acordo
com a Santa Sé oferece ulteriores garantias para todas as comunidades religiosas do
país" – recordou Mons. Parolin.
"Os acordos internacionais contribuem para
o progresso de um país, porque introduzem uma visão jurídica que supera a nacional,
às vezes parcial e instrumental" – acrescentou. (BF)