BIRMÂNIA PERMITIRÁ ENTRADA DE JORNALISTAS NO JULGAMENTO DA PRÊMIO NOBEL DA PAZ
Bangcoc, 25 mai (RV) - A Junta Militar que governa Mianmar (ex-Birmânia) permitirá
a entrada de jornalistas, amanhã, na audiência do julgamento contra a líder da oposição
e Nobel da Paz-1991, Aung San Suu Kyi, no presídio de Insein, nos arredores de Yangún,
informou hoje uma rádio da dissidência.
As autoridades desse país, governado
por generais desde 1962, deixarão que 20 profissionais da imprensa nacional e estrangeira
entrem na sala presidida por juízes militares, mas não explicaram a forma de seleção.
As
audiências deste julgamento começaram no dia 18 de maio, a portas fechadas, exceto
no dia 20, quando, pela primeira e única vez, foi autorizada a presença de diplomatas
e jornalistas, estes últimos escolhidos por sorteio (os estrangeiros) e indicados
(os nacionais) já que todos os meios de comunicação de Mianmar são controlados pelo
Estado.
Aung San Suu Kyi, de 63 anos, é acusada de violar os termos da prisão
domiciliar que cumpria desde 2003 e que expiraria no dia 27 de maio, devido a um intruso
que teria entrado e passado pelo menos uma noite na casa da opositora, em Yangún.
O
crime pelo qual é acusada, e do qual se declarou inocente, é punido com até cinco
anos de reclusão.
Na retomada do julgamento hoje, desde que foi suspensa a
audiência na quinta-feira passada, voltou a se realizar um protesto pacífico do lado
de fora da penitenciária de Insein, protagonizado por membros da Liga Nacional pela
Democracia (LND), formação política de Aung San Suu Kyi, único partido que resiste
à pressão do regime.
Uma decisão condenatória impedirá que a líder da oposição
possa disputar as eleições parlamentares que se realizarão em 2010. (AF)