Dublin, 20 mai (RV) – A primeira edição do Dia Nacional da Penúria, celebrado
domingo, na Irlanda, foi uma oportunidade para recordar o passado e refletir sobre
o tema da fome e da penúria no mundo de hoje.
Segundo dados da Conferência
Episcopal Irlandesa, mais de 963 milhões de pessoas hoje, não se alimentam todos os
dias; a cada seis segundos, uma criança morre por causas ligadas à desnutrição; e
a cada ano, dezenas de milhares de pessoas são obrigadas a deixar suas casas, por
causa da fome.
Os bispos destacam que a penúria é conseqüência principalmente
de comportamentos humanos. Os países continuam a dedicar mais e mais verbas a arsenais
e exércitos, enquanto a miséria aumenta. "A penúria é provocada por estruturas políticas
e econômicas injustas, frequentemente causadas por atitudes imorais. Num mundo de
abundância, ainda existe quem morre de fome" − argumentam.
O fenômeno não se
limita aos países "distantes" – frisa o Episcopado – fome e desnutrição são sempre
mais comuns na Irlanda. "Esse flagelo nos convida a termos um espírito mais generoso
de solidariedade e cooperação, fundado em valores e direitos inerentes à vida e à
dignidade da pessoa humana: por detrás das estatísticas, há seres humanos que sofrem,
nos quais se reflete o rosto de Cristo."
Acerca da atual crise econômica mundial,
os bispos afirmam que ela pode alimentar o egoísmo. Para evitar esse risco, sugerem
que os cidadãos apóiem agências e associações de desenvolvimento que ajudam os mais
pobres; e que os governos façam o possível para socorrer os países mais atingidos.
(CM)