2009-05-19 15:53:52


Globalização e novas culturas desafios para as universidades católicas


(19/5/2009) As universidades católicas enfrentam os desafios da globalização e da mudança cultural própria dos alunos do Séc. XXI. Para reflectir sobre os desafios que os alunos lançam nas universidades, Lisboa recebeu a reunião da Federação Internacional das Universidades Católicas – FIUC, um organismo europeu que compreende mais de 30 instituições e se abre agora ao Leste europeu.
Braga da Cruz, reitor da Universidade Católica Portuguesa regista à Agência ECCLESIA que a actual geração de estudantes “difere muito da anterior”.
Situações de “ausência de formação católica, muitos não têm fé e são oriundos de famílias desestruturadas”, evidenciam uma procura da UCP pela “qualidade da sua formação não pelos valores”. No entanto, finalizada a formação, os alunos “reconhecem que receberam algo que os interrogou acerca do sentido da vida, tendo em conta os valores do cristianismo e do catolicismo”, adianta Braga da Cruz.
Esta é uma nova perspectiva na função e missão das universidade católicas, obrigando a reforçar a qualidade da formação mas também “a identidade”. “Temos obrigação de abrir os nossos alunos a uma mundividência cristã, para valores e virtudes cristãs”, com claras consequências na “pedagogia, na relação com os estudantes na área administrativa e também na assistência espiritual”.
Esta visão na formação da UCP lança novos desafios também à carta regente das universidades católicas.
Braga da Cruz adianta que a Santa Sé tenciona rever a Carta regente das Universidades Católicas Ex Corde Ecclesiae, escrita por João Paulo II em 1990. Para isso, as Universidades Católicas vão ser auscultadas, no final do mês de Junho, nas Honduras.
“O mundo mudou, assim como as sociedades onde as universidades se inserem. O fomento da mobilidade, os desafios da globalização que se colocam ao ensino superior obrigam a uma nova atitude”, indica o reitor.
Cooperação com continente africano
Em debate na reunião que juntou mais de 30 universidades, esteve também a “crescente abertura” para “incentivar o diálogo e a cooperação” entre universidades europeias e africanas. Ainda sem projectos específicos, o reitor da UCP adianta que se quer “uma relação não de país para país, mas entre associações” –Associação de Universidades Africanas e a Federação das Universidades Católicas Europeias.
As universidades europeias mantém já uma estreita cooperação com universidades africanas, consequência da presença dos países europeus nas antigas colónias.
O âmbito da cooperação será estabelecido “mediante as necessidades apontadas”.
O intercâmbio de estudantes europeus e africanos é ainda prematuro, afirma. Braga da Cruz lamenta que os níveis de mobilidade dos estudantes europeus seja ainda reduzido. A meta traçada para 2020 é que 25% dos estudantes passem pela experiência da mobilidade. “Apesar do sucesso dos programas de intercâmbio”, sublinha, actualmente regista-se uma participação de 10%.
A UCP recebeu pela primeira vez a reunião da FIUC, mas está presente em vários fóruns europeus, com destaque para as “áreas da teologia, filosofia, ciências da educação e da comunicação”. Isoladamente “existem também relações muito intensas com algumas universidades europeias”.
Braga da Cruz afirma a aposta da presença da UCP neste fórum europeu.
A reunião anual que percorre as várias universidades da Europa encontra-se, em 2010 na Ucrânia, em Lviv.








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