Aung San Suu Kyi, risco de pena de cinco anos de prisão, por ter violado as condições
da prisão domiciliária.
(19/5/2009) A líder da Oposição de Myanmar, Suu Kyi, começou a ser julgada à porta
fechada na prisão de Insein, esta segunda-feira, alegadamento por ter violado as condições
da prisão domiciliária. Embaixadores da UE foram impedidos de assistir. Nem
as críticas externas nem as ameaças de agravamento das sanções por parte da União
Europeia (UE) e do Governo norte-americano conseguiram impedir o julgamento de Aung
San Suu Kyi, de 63 anos. A Nobel da Paz está acusada de ter dado guarida a John
Yettaw, um mórmon norte-americano, veterano da guerra do Vietname, na sua casa, em
Rangum (capital de Myanmar, antiga Birmânia), onde se encontra em prisão domiciliária
desde 2003. O julgamento realiza-se na prisão de segurança máxima de Insein, é
presidido por dois juízes militares nomeados pela Junta Militar de Myanmar e durará
cerca de duas semanas, durante as quais serão ouvidas 22 testemunhas. Ontem, dia em
que se realizou a primeira sessão, os embaixadores da UE deslocaram-se ao estabelecimento
prisional para tentar assistir ao início do julgamento, mas "não os deixaram passar
e foram obrigados a regressar", referiu um diplomata europeu, adiantando que "num
Estado de Direito, as audiências judiciais são públicas". Nos últimos 19 anos,
Suu Kyi esteve 13 como prisioneira. De acordo com a constituição do país, a prisão
domiciliária expirava no próximo dia 27, depois de seis anos consecutivos de prisão
domiciliária. Caso seja condenado neste julgamento, incorre numa pena de cinco anos
de prisão. Vozes críticas do regime denunciam que o julgamento é apenas uma maneira
de manter a prémio Nobel da Paz afastada das eleições do próximo ano.