Faisalabad, 18 mai (RV) – Os católicos do Paquistão rezam pela paz na região
de Swat e pela salvação dos deslocados em fuga da guerra entre o exército e os talibãs;
fiéis muçulmanos, cristãos, hinduístas e sikhs condenam as violências dos extremistas
islâmicos, no momento em que o país enfrenta o maior êxodo em massa de sua história.
Nos
dias passados, Islamabad lançou uma "ofensiva final" contra as milícias fundamentalistas
no Vale do Swat, acusadas de terem violado o acordo de paz que previa a introdução
da lei da xariá em troca do cessar-fogo. Apoiados pela lei islâmica, nos últimos meses
os extremistas deram início a uma violenta campanha de perseguição contra as minorias,
com execuções sumárias e a destruição de escolas e institutos femininos.
Milhares
de pessoas abandonaram Mingora, cidade mais importante do Vale do Swat. Os habitantes
dos vizinhos distritos de Kanju e Kabal, aproveitam a suspensão do toque de recolher
decidido pelos militares, para também deixar a região. O balanço de mortos é de 870
entre extremistas islâmicos e 45 entre militares do Governo. Cifras que não encontram,
porém confirmações através de fontes independentes.
Ao mesmo tempo, o mundo
católico se mobiliza para pedir a paz no país. Na noite da última sexta-feira, em
Faisalabad, mais de 100 mulheres participaram de uma vigília de oração presidida pelo
bispo local, Dom Joseph Coutts, e pelo diretor da Comissão Nacional "Justiça e Paz",
Pe. Nisar Barkat.
O prelado sublinhou que as orações são "a chave" para se
conseguir a paz, mas, ao mesmo tempo, é importante "condenar o extremismo" − ressaltou.
Na conclusão do encontro os líderes católicos difundiram um comunicado no qual pedem
ao Governo "que termine o mais rapidamente possível as operações militares e ajude
os deslocados".
Neste dias, o Paquistão está enfrentando o maior êxodo em
massa desde 1947, ano de sua fundação. O Alto Comissariado da ONU para Refugiados
refere que mais de 830 mil civis deixaram o vale do rio Swat, para fugir das violências.
Se o conflito continuar por mais tempo, o número de deslocados poderia chegar a um
milhão e meio.
O programa de ajuda aos deslocados alcançará a cifra de 5 bilhões
de dólares e poderá ter a duração de até 5 anos. (SP)