2009-05-18 12:05:37


A celebração do cinquentenário do Santuário do Cristo Rei presidida pelo enviado especial de Bento XVI


(18/5/2009) Milhares de pessoas reuniram-se em volta do Santuário de Cristo Rei, em Almada, para a Missa aniversária que encerrou as comemorações do cinquentenário deste monumento.
A Missa foi presidida pelo Cardeal José Saraiva Martins, enviado especial de Bento XVI, que destacou a dimensão nacional do Santuário e a sua importância como símbolo de paz.
O Prelado falou do monumento como um “projecto nacional” que, após a II Guerra Mundial, se tornou “um ex-voto tornado santuário nacional, em preito de gratidão a Deus pelo dom da paz”.
“Construído com a colaboração de muitos - e também graças à renúncia e partilha de milhares de crianças - é um gesto colectivo da Igreja de Portugal, que exprime a comunhão entre todos os seus filhos, pastores e leigos”, precisou.
O enviado do Papa disse que "este é o monumento da paz e lembra-nos que a paz é uma das exigências maiores do tempo actual, deve lembrar-nos que a paz tem de ser construída não pelos canhões, não pelas armas, mas pelo amor, pelo respeito do homem e da sua dignidade, dos seus direitos fundamentais, das suas aspirações".
"Só assim contribuiremos para construir realmente a paz, fundada na justiça, na verdade, não no ódio, não na desigualdade, não na desconfiança. Esta é uma lição que nos dá hoje o monumento ao Cristo Rei", prosseguiu.
Antes, fora transmitida a mensagem - saudação que o próprio Papa dirigira a Portugal, neste domingo ao meio dia antes da recitação do Regina Coeli, por ocasião destas comemorações. Bento XVI, pediu que Portugal seja “fiel na fé católica, fértil na santidade, próspero na economia, justo na partilha da riqueza, fraterno no desenvolvimento, alegre no serviço público”.
A celebração no Santuário de Cristo Rei fora introduzida por uma saudação do Bispo de Setúbal, D. Gilberto Canavarro Reis. Mais de 20 Bispos portugueses, representantes dos episcopados lusófonos e líderes militares e políticos marcaram presença na celebração, com destaque para o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, o presidente da Assembleia, Jaime Gama, e o ministro da presidência, Pedro Silva Pereira.
Na sua homilia, o Cardeal Saraiva Martins disse que a celebração dos 50 anos é “uma expressão de reiterada gratidão nacional, mas também de renovado empenho pessoal, comunitário e eclesial”.
Depois de apresentar uma reflexão sobre a simbologia do coração de Jesus e da realeza de Cristo, o Cardeal português defendeu que “o amor a Cristo, centro da sua vida e mensagem, só será verdadeiro se, partindo do nosso íntimo, se manifestar ao nosso próximo, levando-nos a sair e a esquecer-nos de nós mesmos para ir ao seu encontro de braços abertos, para o acolher e aceitar incondicionalmente, com amizade, respeito e confiança”.
O prefeito emérito da Congregação para as Causas dos Santos sublinhou a presença da imagem de Nossa Senhora de Fátima, tal como há 50 anos, destacando que “a mensagem de Fátima é, com efeito, essencialmente, uma mensagem eucarística, de amor e de paz”.
“Renovemos a nossa fé em Cristo Rei, no seu Sagrado Coração e no da Sua e nossa Mãe. Confiemos-lhes, de novo, o nosso País e toda a humanidade, para que o seu amor reine e o mundo tenha paz: a paz dos corações enfim reconciliados; a paz nas nossas famílias e locais de trabalho; a paz nas nossas comunidades eclesiais e em toda a Igreja; a paz no nosso país e no mundo inteiro”, apelou.
Em conclusão, o enviado do Papa exortou os presentes a serem "defensores da vida em todas as circunstâncias, desde o seu início até ao seu fim natural" e a estarem "atentos à salvaguarda da criação”.
Depois da homilia, diante do Bispo de Setúbal, o Arcebispo do Rio de Janeiro, D. Orani Tempesta, foi oficializada a geminação entre o Santuário de Cristo Rei e o Santuário do Cristo Redentor do Corcovado, no Brasil. Além dos dois prelados, assinaram o documento os respectivos reitores, tendo ainda havido troca simbólica de imagens dos respectivos Cristos Rei.
O Arcebispo do Rio destacou, na sua intervenção, a “cultura religiosa” que Portugal levou para o Brasil e falou da importância do acto de geminação assinado este Domingo, que faz destes santuários “irmãos”.
D. Gilberto Reis, por seu lado, deixou votos de que esse gesto “estimule o nosso mundo a ser um mundo de laços cada vez mais profundos e variados, que globalizem o amor e a paz”.
A Missa desta tarde concluiu-se com a renovação da Consagração de Portugal ao Sagrado Coração de Jesus, lida pelo Cardeal Saraiva Martins, e uma intervenção de D. Jorge Ortiga, presidente da Conferência Episcopal Portuguesa, o qual quis manifestar a sua gratidão ao Cardeal e ao Papa, pela atenção que dedicaram a estas celebrações.
O Arcebispo de Braga deixou votos de que “a Igreja que peregrina em Portugal continue a sentir que sem uma consciência missionária não está a ser fiel ao Evangelho”.
Após o momento de celebração, que se encerrou este Domingo, D. Jorge Ortiga defendeu que há “diante de nós um trabalho a realizar”.
Este cinquentenário não se viveu apenas com celebrações litúrgicas, dado que na Sexta-feira decorreu em Lisboa um simpósio sobre a crise, como lembrou o presidente da CEP: “Em Igreja e como Igreja reflectirmos sobre o dever de reinventar a solidariedade, fazendo que seja expressão do amor que Cristo nos manifestou”.
Depois de afirmar que “o Santuário de Cristo Rei é um Santuário de Paz”, D. Jorge Ortiga estimulou os católicos a lutar pelo mundo, numa “nova civilização que espera respostas novas da Igreja”, alicerçados nos valores da justiça, da igualdade, da fraternidade”.
Concluiu rezando para que em “Portugal continue a estar presente o amor de Cristo pela humanidade inteira”.








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