REGINA COELI: PAPA RECORDA VIAGEM À TERRA SANTA E FAZ APELO PELA PAZ NO SRI LANKA
Roma, 17 mai (RV) - Papa Bento XVI rezou ao meio-dia deste domingo da janela
de seus aposentos a oração do Regina Coeli com os fiéis e peregrinos reunidos na Praça
São Pedro. O Santo Padre iniciou as suas palavras recordando que na última sexta-feira
concluiu a sua viagem à Terra Santa e que sobre essa peregrinação falará com mais
amplidão quarta-feira próxima, durante a audiência geral.
O pontífice passou
então a agradecer ao Senhor que lhe deu a possibilidade de concluir essa viagem apostólica
tão importante. Agradeceu ainda todos aqueles que deram a sua contribuição para a
realização da mesma e citou o Patriarca latino e os Pastores da Igreja na Jordânia,
em Israel e nos Territórios Palestinos, os Franciscanos da Custódia da Terra Santa,
as Autoridades civis da Jordânia, de Israel e dos Territórios Palestinos, e as forças
de ordem. Um agradecimento especial o papa fez aos sacerdotes, religiosos e fiéis
que o acolheram com tanto afeto e a todos aqueles que o acompanharam e a apoiaram
com as suas orações.
Esta peregrinação aos Lugares Santos – disse Bento XVI
– foi também uma visita pastoral aos fiéis que ali vivem, um serviço à unidade dos
cristãos, ao diálogo com judeus e muçulmanos, e à construção da paz. Tudo isso em
nome de Deus, daquele Deus que chamou Abraão para fazer dele um grande povo.
“Terra
Santa, símbolo do amor de Deus pelo seu povo e por toda a humanidade, - disse o papa
- é também símbolo da liberdade e da paz que Deus quer para todos os seus filhos.
De fato, porém, a história de ontem e de hoje mostra que precisamente aquela Terra
tornou-se símbolo do contrário, isto é de divisões e de conflitos intermináveis entre
irmãos.”
E o pontífice se pergunta, como é possível isso? É justo – disse ele
– que tal interrogação interpele o nosso coração, apesar de sabermos que um misterioso
designo de Deus diz respeito àquela Terra, para onde – como escreve São João – Ele
“enviou o seu Filho como vítima de expiação de nossos pecados”.
“A Terra Santa
foi chamada um “quinto Evangelho”, porque ali podemos ver, ou melhor, tocar a realidade
da história que Deus fez com os homens começando pelos lugares da vida de Abraão até
os lugares da vida de Jesus, da encarnação, até o túmulo vazio sinal da Sua ressurreição.”
A Terra Santa – destacou ainda o papa – pela sua mesma história pode ser considerada
um microcosmo que ressume em si mesma o fadigoso caminho de Deus com a humanidade.
Um caminho que compreende com o pecado também a cruz.
A História da Salvação
começa com a escolha de um homem, Abraão – continuou Bento XVI – de um povo, Israel,
mas a intenção de Deus é a universalidade, a salvação de todos os povos. “Deus não
faz preferência de pessoas, mas acolhe quem o teme e pratica a justiça – disse o papa,
citando palavras de São Pedro.”
Antes de rezar a oração do Regina Coeli o
Papa dirigiu o seu pensamento ao Sri Lanka, para assegurar o seu afeto e proximidade
espiritual aos civis que se encontram na área de combate, no norte do país.
“Trata-se
de milhares de crianças, mulheres, anciãos, a quem a guerra tirou anos de vida e de
esperança. Desejo, mais uma vez dirigir um premente convite aos beligerantes, a fim
de que facilitem a evacuação e por isso uno a minha voz à voz do Conselho de Segurança
das Nações Unidas, que alguns dias atrás pediu garantias à incolumidade dos civis.”
O
Papa pediu ainda às instituições humanitárias, inclusive às católicas, que façam todo
o possível para ir ao encontro das urgentes necessidades alimentares e médicas dos
deslocados. Bento XVI confiou o país à materna proteção de Nossa Senhora de Madhu,
amada e venerada por todos os habitantes, e elevou o seu pedido ao Senhor a fim de
que chegue logo o dia da reconciliação e da paz.
Em seguida o Papa rezou a
oração mariana do Regina Coeli e concedeu a todos a sua Benção Apostólica.
Antes
de concluiu o encontro com os fiéis reunidos na Praça São Pedro, o Santo Padre saudou
os diversos grupos de peregrinos em suas respectivas línguas. Eis o que o papa disse
em português.
“Para além
dos peregrinos de língua portuguesa aqui presentes, quero saudar os cristãos de Portugal
que neste dia se reúnem com todo o Episcopado para celebrar – sob a presidência do
meu Enviado Especial, o Cardeal Dom José Saraiva Martins – o cinquentenário da inauguração
do Santuário de Cristo Rei em Almada, na diocese de Setúbal. Lá erguido bem alto,
bem visível, o Redentor divino com o coração e os braços abertos é oferta de paz à
humanidade. Bem o sabe o povo português que, há cinquenta anos, se uniu para levantar
aquele memorial de paz, por graça recebida em atenção à sua consagração ao Imaculado
Coração de Maria. Com uma súplica ardente a Cristo Rei por um Portugal melhor, fiel
na fé católica, fértil na santidade, próspero na economia, justo na partilha da riqueza,
fraterno no desenvolvimento, alegre no serviço público, a todos abençoo e exorto a
perseverar na referida consagração à Virgem Mãe, que arrasta os corações, como ninguém
mais sabe fazer, e lança-os nos braços da misericórdia do Senhor.”
Enfim saudando
os peregrinos de língua italiana o Papa mencionou os numerosos sócios da Federação
Italiana Doadores de Sangue, que realizaram o seu congresso por ocasião dos 50 anos
de fundação da associação. (SP)