Cidade do Vaticano, 16 mai (RV) - Nesta última viagem, o papa falou muito de
paz, como havia prometido: trinta discursos e uma só mensagem que reafirma, sem cansar,
esse único tema com numerosas variações – paz entre israelenses e palestinos; paz
entre judeus, muçulmanos e cristãos; paz na Igreja entre as confissões e ritos; paz
na sociedade e na família; paz entre Deus, o homem e as criaturas; paz nos corações,
no Oriente Médio e no mundo… paz, paz e ainda… paz!
Falou muito, mas também
escutou pelo menos o mesmo tanto, e talvez mais ainda. Porque Bento XVI é um papa
da escuta. Quantas pessoas lhe falaram, quantas coisas lhe foram ditas, com quanta
paixão e diversidade de atitudes e de perspectivas! Como é difícil falar de paz, sobretudo,
num ponto crucial de tantas tensões: Jerusalém!
O papa fez, portanto, uma peregrinação
nos lugares, mas muito mais nos corações. E não passou apenas pelos lugares mais santos
do Cristianismo; passou também pelos lugares santos do Judaísmo e do Islamismo: Yad
Vashem, o Muro das Lamentações e a Cúpula da Rocha. Fez seus, os sentimentos de todos
os peregrinos das três religiões, para os quais pediu acesso aos Lugares Santos. Um
papa cristão, mas um papa para todos, acima das divisões. Um exemplo a ser seguido.
Quando
João Paulo II esteve na Terra Santa, o novo Muro de separação não existia. Também
ali, o novo papa peregrino esteve, corajosamente, para pedir a Deus e aos homens,
que os muros de divisão devem ser abatidos, a começar por aqueles que fecham e dividem
os corações. "Chega de derramamento de sangue! Chega de terrorismo! Chega de guerra!"
Com este grito de apelo se concluiu a peregrinação da esperança, num momento crucial
para o futuro da paz na Terra Santa.
O papa fez tudo o que podia e continuará
a fazê-lo. Deus acompanhe, agora, todos os esforços dos agentes de paz – religiosos,
civis e políticos. (Pe. Federico Lombardi S.J.)