PAPA EM BELÉM: "MANTENHAM VIVA A CHAMA DA ESPERANÇA"
Belém, 13 mai (RV) - Prossegue a peregrinação de Bento XVI pela Terra Santa.
Na manhã de hoje o Santo Padre iniciou sua visita aos Territórios Palestinos.
Ele
foi recebido em Belém pelo presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Abu
Mazen, e pelas autoridades políticas, civis e religiosas. Abu Mazen é o presidente
da ANP desde 2005.
A ANP é uma organização concebida para ser um governo de
transição até o estabelecimento do Estado palestino independente. Criada por meio
do Acordo de Oslo (1993-95), firmado entre Israel e a Organização pela Libertação
da Palestina (OLP), com mediação dos Estados Unidos, a ANP administra nominalmente
partes da Cisjordânia e da Faixa de Gaza.
A cerimônia de boas-vindas ao Santo
Padre se realizou na praça diante do Palácio Presidencial de Belém, cidade majoritariamente
muçulmana, mas que abriga uma das maiores comunidades de cristãos palestinos.
Bento
XVI agradeceu o acolhimento do presidente Abu Mazen e disse que sua peregrinação à
Terra Santa não teria sido completa se não visitasse a cidade de Belém, a Cidade de
Davi e lugar do nascimento de Jesus Cristo.
O pontífice saudou o povo palestino
e frisou que sabe o quanto eles sofreram e continuam sofrendo por causa dos conflitos
que assolam esta terra. "Tenho no coração as famílias que perderam suas casas. Expresso
a minha solidariedade e proximidade às pessoas que perderam seus familiares nas hostilidades,
sobretudo, no recente conflito efetuado na Faixa de Gaza", frisou o papa.
O
Santo Padre disse ainda que a Santa Sé apóia o direito do povo palestino de ter uma
pátria independente, segura e que viva em paz com os países vizinhos, dentro dos confins
internacionalmente reconhecidos.
Bento XVI encorajou o povo palestino a manter
viva a chama da esperança, "esperança que possa achar um ponto de encontro entre as
legítimas aspirações tanto dos israelenses quanto dos palestinos em vista da paz e
da estabilidade".
O Santo Padre fez um apelo a todas as partes em conflito
para que abandonem o rancor e tomem o caminho da reconciliação. Ele pediu à comunidade
internacional para que faça todos os esforços possíveis em prol da solução dos conflitos
e que ajude na reconstrução de casas, escolas e hospitais destruídos no recente conflito
na Faixa de Gaza.
"Uma coexistência justa e pacífica entre os povos do Oriente
Médio pode se realizar somente por meio do espírito de cooperação e do respeito recíproco,
em que os direitos e a dignidade de todos sejam reconhecidos e respeitados", frisou
o pontífice.
O Santo Padre fez um apelo aos jovens palestinos para que não
deixem que as perdas de vidas humanas nos conflitos e as destruições causem amargura
e ressentimento em seus corações.
"Tenham a coragem de resistir a toda tentação
sem recorrer a atos de violência e ao terrorismo. Promovam a paz e o futuro da Palestina.
Que se cumpra nesta terra o cântico dos anjos que ressoou neste lugar: paz na terra
aos homens de boa vontade", concluiu o papa. (MJ)