2009-05-09 11:44:43

O valor da educação universitária como desenvolvimento pessoal e como serviço á sociedade com especial referencia aos valores morais e religiosos, no discurso do Papa na bênção da primeira pedra da Universidade Católica de Madaba. A religião é desfigurada quando é obrigada a servir a ignorância e o preconceito, o desprezo, a violência e o abuso, salientou Bento XVI


(9/5/2009) Do Monte Nebo , Bento XVI transferiu-se para Madaba, a cerca de 40 km de Amã, onde procedeu á bênção da primeira pedra da Universidade do Patriarcado latino da cidade. A fé em Deus - disse o Papa - não suprime a procura da verdade; pelo contrário encoraja-a…Obviamente a religião, assim como a ciência e a tecnologia, a filosofia e qualquer expressão da nossa procura da verdade, podem corromper-se. A religião é desfigurada quando é obrigada a servir a ignorância e o preconceito, o desprezo, a violência e o abuso.. Aqui não vemos apenas a perversão da religião, mas também a corrupção da liberdade humana, a restrição e o ofuscar da mente. Evidentemente semelhante resultado não é inevitável.
No seu discurso Bento XVI encorajou os promotores da nova universidade do patriarcado latino em Madaba e reflectiu sobre o valor da educação universitária como desenvolvimento pessoal e como serviço á sociedade com especial referencia aos valores morais e religiosos.
O Papa manifestou apreço pela prioridade dada pelo Reino da Jordânia á expansão e melhoria da educação e á actividade e dedicação particular da Rainha Rania neste campo. Deteve-se depois sobre o papel da educação como primeiro passo para o desenvolvimento pessoal, mas também para a paz e o progresso da região. “Neste quadro a universidade de Madaba saberá certamente ter presente três objectivos importantes. Desenvolvendo os talentos e as nobres predisposições das gerações futuras de estudantes, prepará-los-á para servir a comunidade mais ampla e elevar os seus níveis de vida. Promoverá a sua adesão aos valores e a sua liberdade pessoal. Esta mesma formação intelectual afinará os seus talentos críticos, dispersará a ignorância e o preconceito e ajudá-los-á a quebrar os encantamentos criados pelas novas e velhas ideologias. O resultado de tal processo - salientou depois Bento XVI - é uma universidade que não é apenas uma tribuna para consolidar a adesão á verdade e aos valores de uma cultura especifica mas também um lugar de compreensão e de diálogo.
“Enquanto assimilam a sua herança cultural, os jovens da Jordânia e os outros estudantes da região serão levados a um conhecimento mais profundo das conquistas da humanidade e serão enriquecidos por outros pontos de vista e formados na compreensão, na tolerância e na paz.”
A concluir o seu discurso o Papa faz referencia ao laço intrínseco entre conhecimento cientifico e ética em sintonia com o juramento de Hipócrates, a Declaração Universal dos direitos do homem de 1948, a Convenção de Genebra e outros códigos deontológicos. A visão da Universidade ultrapassa o quadro da religião, mas leva os seus valores ao serviço da humanidade e da comunidade internacional.
O Santo Padre encorajou de maneira especial os estudantes cristãos da Jordânia e das regiões vizinhas que são chamados a ser construtores de uma sociedade justa e pacifica constituída por gente de varias extracção religiosa e étnica. Tais realidades devem levar não á divisão, mas ao enriquecimento recíproco.
“Rezo para que os vossos sonhos se tornem depressa realidade, para que possais ver gerações de homens e de mulheres qualificados, tanto cristãos como muçulmanos ou de outras religiões, capazes de ocupar o seu lugar na sociedade, dotados de perícia profissional, bem informados sobre o seu campo e educados aos valores da sabedoria, da honestidade , da tolerância e da paz”.








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