2009-05-09 11:38:26

BENTO XVI PEDE FIM DA MANIPULAÇÃO IDEOLÓGICA DA RELIGIÃO


Amã, 09 mai (RV) – O terceiro compromisso de Bento XVI neste sábado, na Jordânia, foi a visita ao Museu Hashemita e à mesquita al-Hussein bin-Talal e, a seguir, o encontro, sempre na mesquita, com os líderes religiosos muçulmanos, com o corpo diplomático e com os reitores das Universidades jordanianas.

Bento XVI dedicou seu discurso à relação entre cristãos e muçulmanos. Hoje, disse o pontífice, a religião é acusada de falir na sua pretensão de ser, por sua natureza, construtora de unidade e de harmonia.

"De fato, muitos afirmam que a religião é, necessariamente, causa de divisão no nosso mundo". Certamente − reconheceu o papa −, o contraste de tensões e divisões entre fiéis de diferentes religiões não pode ser negado. Todavia, isso não é o fruto de instrumentalização ideológica da religião, às vezes com fins políticos, o real catalisador das tensões e das divisões e também das violências em nossa sociedade?" – questionou Bento XVI.

É por isso que hoje cristãos e muçulmanos devem se empenhar para ser reconhecidos como adoradores de Deus fiéis à oração, desejosos de comportar-se e viver segundo as disposições do Onipotente.

A seguir, o papa citou uma série de iniciativas promovida pelo reino da Jordânia, para incentivar o diálogo inter-religioso, afirmando que o país constitui um exemplo persuasivo para a região e para todo o mundo, da contribuição positiva e criativa que a religião pode e deve dar à sociedade civil.

Neste testemunho, cristãos e muçulmanos podem contribuir de maneira especial, pois reconhecem o vasto potencial da razão humana, principalmente quando iluminada pela fé. Portanto − afirmou o pontífice −, a adesão genuína à religião, longe de restringir as nossas mentes, amplia os horizontes da compreensão humana. Isso protege a sociedade civil dos excessos de um ego ingovernável, que tende a absolutizar o finito e a eclipsar o infinito.

Dirigindo-se ao patriarca de Bagdá, Sua Beatitude Emmanel III Delly, presente no encontro, como representante da comunidade cristã iraquiana que vive na Jordânia, o Santo Padre fez um apelo:

"Mais uma vez, peço com insistência, aos diplomatas e à comunidade internacional, aos líderes políticos e religiosos locais, que façam todo o possível para garantir à antiga comunidade cristã daquela nobre terra o direito fundamental da coexistência pacífica com os próprios concidadãos" – concluiu Bento XVI.

Para esta tarde, está previsto um único compromisso: a celebração das Vésperas com os sacerdotes, os religiosos e as religiosas, os seminaristas e os movimentos eclesiais na Catedral Greco-melquita de São Jorge, em Amã. (BF)







All the contents on this site are copyrighted ©.